As palhas pretas da Agrovale irritam moradores de Petrolina e Juazeiro

Por Ricardo Banana
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Não é de hoje que Juazeiro e Petrolina sofrem com a fuligem queimada produzida na Agrovale. Há anos, pedaços de cana-de-açúcar queimados amanhacem em quintais, varandas, terraços, áreas de serviço de milhares de residências nessas duas cidades. Apesar dos transtornos, das reclamações dos cidadãos, a imprensa e os políticos guardam um omisso silêncio sobre o caso, mesmo o dito popular ensinando que “quem cala consente”.

 Hoje, o Blog recebeu um e-mail de um morador de Petrolina. Em sua mensagem, ele se mostra indignado com a grande indústria produtora de açúcar da região, a Agrovale. O morador petrolinense afirma que todos os dias se depara com vários pedaços de bagaço de cana queimados em cômodos da casa onde mora. Revoltado, o autor do e-mail pediu que, através do Blog, sua indignação fosse divulgada.

 Mesmo diante da indignação geral, os deputados, prefeitos, vereadores de Juazeiro e Petrolina parecem não se incomodar com a fuligem. Nunca presenciamos notícias sobre audiências públicas, discussões envolvendo o poder público sobre o caso. A Agrovale, portanto, não irrita os políticos, apenas os eleitores. Assim como não parecer irritar também órgãos de imprensa local. A maioria é patrocinada pela empresa.

 É preciso que a mídia e os políticos de Juazeiro e Petrolina cobrem mais da Agrovale. Afinal, a primeira é a voz “independente” do povo. Os segundos são os representantes constituídos para fazer valer a vontade popular. Não é possível que em meio a tanta tecnologia agrícola, duas cidades do porte de Petrolina e Juazeiro ainda precisem viver com o tormento que é a fuligem de cana queimada.

 Se esse for o preço do crescimento econômico, chegou o momento de revermos nossos conceitos. Uma oportunidade de rever a questão é a chegada de outubro, mês das votações. Até o momento, nenhum candidato se mostrou interessado em resolver a questão, nem Rosalvo Antônio (PSOL) que se propaga como um legítimo ecossocialista.

 Medidas para sanar os transtornos gerados pela fuligem da cana são essenciais. Fechar os olhos diante deles é que não dá mais. Afinal, como diria o dramaturgo Bertold Brecht, “aquilo que acontece todo dia não pode ser considerado normal”.

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6 comentários

Anna Maria 20 de setembro de 2013 - 9:51

Tenho pena do Prefeito de Petrolina que está cercado de secretarios arrogantes,mal educados e despreparados para lidar com a população.Quem eles pensam que são?
Eles trabalham para o povo e pensam que são funcionarios do prefeito,se liga aí Cleber Carlos Costa de Araújo,este é o pior de todos porque não tem um pingo de educação .
A casa está caindo e a acessoria do Prefeito é uma droga,Julio Lossio troque este secretario e muitos outros que não fazem nada.
A popularidade do prefeito cai a cada dia e ele está cercado de gente incompetente e deslumbrada. A mundança que era constantemente falado no teu plano de gorverno, será que dar casa pra quem tem casa, ou comida pra quem não precisa tá certo prefeito? dessa mudança esse municipio não precisa, estamos farto de mentiras.Petrolina está nas mãos de gente fraca.Estou indignada com o despreparo de gente pra lidar com gente,eu como muitos outros pagamos o seu salario e prefeitura não é terra de ninguém.Vocês não estão acima do bem e do mal e os tropeços que levamos da vida são mensagens enviadas por Deus para a mudança do nosso caráter.
Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder,é isto que está acontecendo com Petrolina.

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gildene 11 de julho de 2012 - 23:56

Realmente,vcs tem razão, temos que lavar tudo , porque só varendo não resolve o problema do carvão , imagine vc deixa tudo limpo e no outro dia está tudo sujo, isso é uma vergonha, cadê os politicos, já pensou no quanto nós donas de casa gasta de agua no fim do mês por conta desse carvão. esperamos providencia urgente. obrigada.

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sanfranciscano 10 de julho de 2012 - 13:53

o MPF se preocupa com algaroba na orla de petrolina, mas nunca o vi fazer nada contra esse absurdo. Até quando a agrovale vai “sacanear” com a população de Petrolina e as autoridades vão ficar caladas e inertes?

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Leene Matos 10 de julho de 2012 - 9:36

Absurdo, falta de respeito isso que esta empresa faz com os habitantes das duas cidades.

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Luiz Amora 10 de julho de 2012 - 8:57

Banana até que enfim, você quebrou a barreira do medo, parabens pela reportagem e pela coragem. Gostaria só de lembrá_lo que tempos atra´s, tivemos algumas ações desenvolvidas pela justiça(Promotoria) Regional sobre a proibição dessa prática abusiva, arcaica e pré_histórica de colher cana_de_açúcar. Entretanto, a Justiça calou, sem nenhuma explicação. Mais ainda, no Outros Estados do País, principalmente São Paulo, essa prática nãomais é permitida. O mais gritante disso tudo, tecnicamente falando, os solos onde a AGROVALE cultiva essa materia prima, são completamente planos. Continue descacando este assunto, é muito importante para as populações de Petrolina e Juázeiro, as empregadas domésticas e as donas de casa agradecem.

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Luiz Amora 10 de julho de 2012 - 9:02

Banana, não quero cancelar o meu desabafo,. Gostaria apenas acrescentar quando falei solos planos, é que os mesmos são apropriados para a prática de colheita mecanizada. Mais uma vez, obrigado.

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