Com pedido de justiça, amigos fazem protesto após morte de jovem

Por Ricardo Banana
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imagemApós a morte de Alisson Dantas Nunes, de 19 anos, na terça-feira (3), agrediddo com golpes de facão pelo vizinho que está foragido, familiares, professores e colegas da Escola Estadual Dom Antônio Campelo fizeram uma caminhada pelas ruas do bairro Quati I, na Zona Norte de Petrolina, Sertão pernambucano. Com faixas e cartazes, eles clamavam por justiça para que o crime não fique impune.

Vestidos com roupas pretas, o que representa o luto, os moradores do bairro acompanhavam a passeata e se emocionavam a cada passo do protesto. Amiga de Alisson há mais de seis anos, Andressa Kelly Ferreira de Santana participara da banda marcial com o amigo. Ela foi uma das organizadoras da caminhada que tem o objetivo de lembrar do jovem em seus bons momentos. “Hoje sentimos saudade e um pouco de revolta. Ele morreu por um motivo fútil. Vamos andar pelas ruas do bairro e parar no local onde tudo aconteceu, fazer um minuto de silêncio e relembrar Alisson”, disse a garota.

imagem1De cadeira de rodas, Emerson Santana, que também estuda na escola, acompanhou a mobilização pela paz. “Foi uma covardia. A lembrança que fica é a saudade. Um rapaz bom, calmo, morreu desse jeito”, lamentou.

A namorada de Alisson, Raissa Medrado, segurou junto com Andressa uma das faixas pedindo paz. Ela disse que, além da saudade, sente uma angústia no peito que faltam até palavras. “Nem sei o que falar. Acredito que ele esteja em um lugar melhor e isso me conforta. Esperamos justiça, mas não com as próprias mãos”, disse.

Vânia Martins Araújo era professora de Alisson. Ela diz que o jovem era um rapaz muito tranquilo e com um comportamento muito bom. “Quase não se ouvia a voz dele. É trágico saber que um aluno nosso morreu desta forma. Depois disso não conseguimos ter aula. A família está arrasada. A avó e o irmão dele precisam ficar dopados porque não aceitam o que aconteceu”, contou.

A tia do jovem, Ana Paula Dantas, também acompanhou a manifestação pacífica. Muito emocionada, ela revela que eles ainda esperam o jovem no horário da volta da escola. “E quando a gente vê que é hora de ele voltar da escola e ele não chega, meu Deus, é uma tristeza maior. A gente não acredita nem aceita. Nunca pensei que isso fosse acontecer com a nossa família. É inaceitável”, lamentou a tia de Alisson.

imagem2O grupo percorreu ruas do bairro e gritava por justiça e paz. Eles foram até o local onde aconteceu a violência e fizeram um enorme cículo. De mãos dadas, estudantes e moradores fizeram uma oração, cantaram e lembraram momentos com o jovem.

O rapaz foi agredido na última sexta-feira (30) quando estava sentado embaixo de uma árvore mexendo no celular. Um vizinho disse que ele saísse do local, pois acreditava que o rapaz estaria usando a internet wi-fi de sua casa. Como Alisson não obedeceu, o homem buscou um facão e atingiu-o na cabeça e nos membros, decepando uma das mãos e os dedos da outra. O rapaz chegou a ser socorrido em estado grave e morreu quatro dias depois. (G1 Petrolina)

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