Depois de Lula, agora a imprensa brasileira censura o Papa

Por Ricardo Banana
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O Papa Francisco é o maior líder mundial da atualidade. Lula é o maior líder político brasileiro da história, rivalizando com Getúlio Vargas. Ontem (11), o maior líder mundial enviou a Curitiba um assessor, uma mensagem e um presente (um terço) ao maior líder brasileiro, aprisionado há mais de dois meses. E o regime de exceção vetou a visita. O fato seria notícia em qualquer lugar do planeta. Mas a mídia conservadora brasileira decidiu que não. Globo, Folha, Valor, Estado e outros de menor expressão, que censuram Lula há anos, agora censuram também o Papa. Nenhuma linha nos jornais, nem um segundo no Jornal Nacional. Nada.

O Papa Francisco enviou ontem a Lula um terço, um bilhete pessoal e um dos seus principais assessores, o argentino Juan Grabois (aqui),. Num gesto típico das ditaduras, vexaminoso para o país, o enviado do Papa foi barrado, impedido de ver Lula e entregar o bilhete e o terço (aqui). Diante da sede da PF, Grabois protestou: “Estou muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América Latina”.

Quem lê os jornais da mídia conservadora ou assiste o Jornal Nacional não teve acesso a nada disso. O motivo da censura é claro: Francisco está solidário a Lula, condena o golpe no Brasil e o governo Temer -a ponto de não ter vindo ao Brasil no ano passado, quando foram celebrados os 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, de quem Francisco é devoto. O Papa não quis pisar no país golpeado por Temer e sua quadrilha. Mas quis estender a mão a Lula. E isso, para os Marinho, os Frias, os Mesquita e outras famílias de milionários que controlam alguns dos principais meios de comunicação do país, é pecado mortal. Lula e o Papa estão em pecado mortal para estas famílias. E no inferno deles há duas fogueiras: os ataques violentos sem direito a defesa e a censura.

Na manhã desta terça, o serviço brasileiro de informações do Vaticano, controlado por segmentos conservadores da Igreja Católica, divulgou uma nota em sua página no Facebook procurando desmentir que Juan Grabois tivesse ido a Curitiba como enviado do Papa. Foi o mesmo recurso usado quando do telefonema do Papa Francisco à mãe de Marielle Franco, assassinada em 14 de abril. Depois que, da Argentina, foi divulgado o telefonema, o serviço brasileiro do Vaticano apressou-se em desmentir de maneira canhestra, dizendo ser “impossível” confirmar o telefonema por se tratar de um gesto pessoal do Papa. A seguir, o telefonema foi confirmado pela família e outras fontes do Vaticano. Como agora, a mídia vaticana corre em apoio à mídia conservadora brasileira. O caso deverá ser esclarecido nas próximas horas.  (247)

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