Diante das denuncias e após vistoria, Cremepe analisa possibilidade de intervenção no Hospital Universitário

Por Ricardo Banana
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imagemNão apenas as cirurgias ortopédicas que estão comprometidas no Hospital Universitário. De acordo com o resultado da vistoria feita ontem (13) pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), estão faltando até mesmo soro fisiológico e gaze para atendimento dos pacientes naquela unidade. As escalas de plantões permanecem incompletas e desorganizadas onde os acordos informais definem quais profissionais atuarão nos plantões. Segundo o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, os relatório da vistoria será levado a plenária do conselho, com possibilidade de interdição ética no hospital. O procedimento prevê o impedimento de atuação dos médicos em local com condições precárias de trabalho.

“Estão faltando insumos e profissionais para fazer o atendimento na urgência adequado. Fizemos a fiscalização ontem e confirmamos isso. Existem plantões que não tem anestesia, existem insumos que estão faltando que são básicos para o funcionamento da emergência como soro fisiológico, gaze, alguns antibióticos, como também drogas que funcionam no tratamento do choque. Então, essa fiscalização vai ser fundamental para determinar se haverá ou não a interdição da unidade”, explicou o presidente do Cremepe.

Rodrigues reconhece que existe o subfinanciamento da unidade, mas também aponta problemas de gestão. “Esse financiamento que é feito pelo Ministério da Saúde, Ministério da Educação, da Prefeitura, ele é subfinanciado ainda. Não está adequado para oferecer tanto a folha salarial dos profissionais de saúde que lá trabalham nem no abastecimento da quantidade de insumos necessária para manter um hospital de grande porte como o Hospital Universitário. No nosso entendimento não existe gestão. Nós não entramos em contato direto com a gestão. A gestão não tem uma clareza do fornecimento de insumos, do valor dos insumos e também da folha salarial. Atrasa o salário de especialidades como anestesistas. É uma realidade que está sendo encontrada agora e que realmente prejudica a unidade”.

A diminuição do quadro de ortopedistas no Hospital Universitário só amplia uma crise já instaurada no local. Antes desses especialistas, os anestesistas já ameaçavam parar por atraso no pagamento. “Uma das especialidades que também está com problemas é a traumato-ortopedia da unidade, além da anestesia. Outra como as cirurgias que deveriam ter nos plantões completos dois ou mais cirurgiões se encontra com um plantonista só de cirurgia geral”.

O resultado da vistoria será levado a plenária do Cremepe. Segundo o presidente do conselho está sendo considerada a hipótese de rejeição. “Essa fiscalização será para analisar a possibilidade de uma intervenção ética na unidade, onde o conselho poderia proibir que aquele profissional médico de trabalhar em uma unidade que não ofereça condições adequadas dele exercer a medicina com dignidade. Nós vamos levar a proposta de interdição ética vamos mostrar o que seria o número de plantonistas adequado. Vamos entregar isso ao Ministério Público Federal na próxima quinta-feira e vamos ver se com essas decisões e esse tipo de pressão a gente reverte essa situação. Nós vimos as escalas e são escalas incompletas, são escalas que não tem um quantitativo adequado , não definido nenhum médico naquele plantão. São sempre acordos feitos e para eles são plantões extras e essa é a realidade que a gente vive. E várias vezes aquele plantonista não vai para aquele plantão ou ele não encontra um para dar o plantão e fica sem plantonista. ”. (Grande Rio FM)

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