Evento debate soluções para cultura da goiaba em todo o planeta

Por Ricardo Banana
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Pesquisadores de vários países, filiados à Sociedade Internacional para a Ciência da Horticultura (ISHS, em inglês), estão reunidos em Petrolina (PE), onde participam do 3° Simpósio Internacional de Goiaba e Outras Mirtáceas. O evento acontece no Auditório da Biblioteca da Univasf, Campus de Petrolina, entre os dias 23 e 25 de abril.

As mirtáceas são uma família botânica que abriga mais de 3.000 espécies, muitas de interesse agrícola, como o jambo, a pitanga, camu-camu, jaboticaba e eucalipto, além da goiaba, que é a frutífera de maior importância econômica.

De acordo Carlos Antonio Fernandes Santos, pesquisador da Embrapa Semiárido e coordenador do evento, alguns dos principais estudiosos de instituições dos Estados Unidos, Espanha, África do Sul, Cuba, Canadá e do Brasil vão apresentar 70 trabalhos científicos com os resultados das pesquisas que realizam.

Uma das novidades a ser divulgada durante o simpósio sairá dos estudos com técnicas de biologia molecular coordenadas por Carlos Antonio, que desenvolveu dois híbridos de goiabeira e araçazeiro com alta tolerância a nematoides. Segundo ele, os resultados experimentais obtidos tanto em laboratório quanto em testes de campo têm deixado os pesquisadores muito otimistas.

Com esses híbridos está se conseguindo materiais diferentes do que havia sido obtido com o uso do araçá como porta-enxerto de goiaba. Neste caso, apesar da resistência ao parasita, o resultado final não era satisfatório por causa do pequeno porte e da pouca compatibilidade entre as plantas. “Com os híbridos estes problemas foram superados”, afirma o pesquisador.

O nematoide é um dos principais problemas nas áreas de cultivo de goiaba em países como Índia, México e Brasil, os três maiores produtores mundiais. A pesquisa em andamento na Embrapa Semiárido pode dar uma importante contribuição para resolver problemas de baixas produtividades e mesmo perda total das áreas cultivadas.

No Vale do Submédio São Francisco, onde está uma das principais regiões de cultivo no Brasil, o nematoide já fez a área cultivada reduzir de pouco mais de 5 mil ha para cerca de 2.500 ha. O prejuízo econômico é muito grande e afeta principalmente os pequenos agricultores, responsáveis pela quase totalidade dos pomares de goiaba que existem na região.

Na solenidade de abertura do 3º Simpósio, o agricultor Edis Matsumoto, coordenador da Câmara de Fruticultura de Petrolina, declarou seu desejo de que o conhecimento gerado nas instituições de pesquisa seja transformado em conhecimento prático para uso pelos produtores nas suas propriedades.

No primeiro dia do evento, o pesquisador J. S. Ramirez Padilla, do INIFAP, falou sobre “O mercado internacional de goiaba fresca ou processada: desafios e perspectivas para o caso mexicano” e seu colega da Índia, S. K. Mitra, fez palestra acerda da “Taxonomia e importância de Myrtaceae”.

Contatos:

Carlos Antonio Fernandes Santos – pesquisador

casantos@cpatsa.embrapa.br

Fernanda Birolo – Jornalista (MTb/AC 81)

fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – Jornalista (MTb/BA 1127)

marcelrn@cpatsa.embrapa.br

87 3866 3734

 

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