A petrolinense Lidu Alves, jogadora da seleção brasileira e campeã mundial de futebol de salão feminino, que atualmente atua na cidade de Falconara, na Itália, concedeu entrevista ao blog e falou de sua trajetória vitoriosa como uma atleta futsal no mundial.
Lidu, que é filha da periferia de Petrolina, morou em bairros como Ouro Preto e João de Deus, e perdeu a sua mãe quando criança. A atleta não esconde a sua alegria de voltar a Petrolina, onde plantou vários frutos e inicia o seu apoio aos projetos sociais das escolinhas de futebol dos bairros da cidade.
“Hoje estou aqui, vendo essas crianças, nessa escolinha, e vejo que aqui tem muitos frutos e que podem ser boas gerações futuramente”, comentou.
A atleta enfrentou muitas dificuldades no início de sua carreira. Além disso, principalmente, por se tratar de uma atleta do futsal feminino, os órgãos públicos dificilmente apoiavam as competições. Quando fazia uma viagem, não tinha as condições necessárias. “Mesmo diante das dificuldades financeiras, eu ainda sofria o preconceito por ser mulher e ninguém aqui queria acreditar em nosso projeto. Eu sempre vendi rifas para participar das competições com apoio do meu pai, que foi o meu maior incentivador. Ele sempre acreditou em mim e foi e é meu fã numero um já, que perde minha mãe ainda quando eu tinha 04 anos”, esclareceu.
O Projeto de Lidu teve altos e baixos e ela pensou até em desistir por conta da dificuldade, já que sua carreira só conseguiu fluir quando ela chegou ao Paraná. “Eu consegui dar a volta por cima por vontade própria e por incentivos de jogadoras da seleção. O esporte me salvou de muitas coisas ruins por falta de estrutura familiar, já que eu tinha todas as condições de dar errado por ser pobre, negra e morar em bairros pobres”, finalizou.