Fábricas e fazendas furtam água de adutora no Sertão de Pernambuco

Por Ricardo Banana
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Placas prontas para a venda foram encontradas em fábricas que furtavam água (Foto: Compesa / Divulgação)Em uma operação realizada com o apoio da Polícia Militar, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) localizou 45 ligações clandestinas que furtavam água da Adutora do Oeste, no Sertão pernambucano. A investigação começou há dez dias e deve continuar por mais três meses, passando pelos locais abastecidos pela adutora, que atende 13 municípios e 24 distritos.

Na última terça-feira (15), as equipes flagraram duas fábricas localizadas entre Ipubi e a Vila de Santa Rita, a 12 quilômetros de Ouricuri. Os estabelecimentos furtavam água da Adutora do Oeste para a confecção de placas de gesso. No local, técnicos da Compesa encontraram dezenas de placas recém-fabricadas e prontas para a venda.

Segundo informações da Superintendência de Negócios do Sertão, quando as equipes da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga (Ciosac) e da Compesa chegaram ao local, os proprietários não se encontravam. Mesmo assim, eles foram identificados pelos agentes para que fossem notificados posteriormente.

Nos furtos maiores, estão sendo registrados boletins de ocorrência. Estes registros permitem que a investigação continue, e que sejam tomadas medidas punitivas, de acordo com a lei. Para as irregularidades notificadas que não foram tomadas as providências de regularização, também haverá punições.

Atualmente, a região sofre com problemas de abastecimento por conta da estiagem, que vem sendo uma das mais severas em 50 anos. Foi realizado um sobrevoo de helicóptero no primeiro dia da operação, que marcou no GPS os pontos críticos, como a existência de barreiras e áreas verdes em paisagens áridas. Esses seriam indícios de que nesses pontos há ligações clandestinas.

Outros exemplos graves de irregularidades encontradas foram três tanques para criação de mais de 50 mil peixes, em Ouricuri. Além disso, as equipes identificaram caminhões-pipa sendo abastecidos a partir da água da adutora. Em Parnamirim, fazendas possuíam ligações clandestinas para o plantio de feijão e para a criação de gado. Já no município de Exu, foram encontradas hortaliças irrigadas com água furtada.

A Adutora do Oeste tem início em Orocó e segue até Ouricuri. Apenas em seu primeiro trecho, que corresponde a cerca de 200 quilômetros, são produzidos 480 litros de água por segundo. De acordo com a Compesa, 80 litros por segundo vem sendo perdidos com os furtos, o que daria para abastecer uma cidade com mais de 40 mil habitantes.

No total, mais de 270 mil pessoas são abastecidas pela adutora. Entre as medidas de prevenção ao furto que serão tomadas pela Compesa, está o recadastramento de todas as famílias ao longo da adutora. O objetivo da empresa é instalar válvulas que controlem a vazão de água, que serão dimensionadas e ajustadas para garantir o funcionamento do sistema.

 Fonte: G1 PE

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