Homenagem: Pracinha combatente conta histórias da II Guerra Mundial

Por Ricardo Banana
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Ex-combatente do exército e integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o número 3.068 como era chamado Aureliano Cardoso dos Santos hoje, com 91 anos será um dos homenageados pelos serviços prestados a pátria durante a Segunda Guerra Mundial. A homenagem feita pela Prefeitura de Petrolina através do memorial “Os pracinhas” consiste na inauguração do Memorial aos Pracinhas, como forma de imortalizar também nas ruas da cidade a história honrosa dos combatentes brasileiros que lutaram contra o regime nazista de Adolf Hitler.

De origem humilde, Aureliano trabalhava na agricultura quando foi convocado em 1942 aos 22 anos para servir as forças nacionais brasileira e integrar a equipe, dos quais fariam parte outros 370 brasileiros a embarcar para a Itália. Após servir no 16º Batalhão do Exército Brasileiro em Natal – RN, Aureliano recebeu por dois meses junto a demais combatentes, instruções antes de pousar nas frentes de batalha.

“Participei de várias batalhas, umas menores e outras, em particular, maiores como a Batalha de Monte Castello e de Montese onde neste último saímos vitoriosos. As memórias são muitas, de jovens valentes, muitos que morreram; em uma dessas contei 18 brasileiros mortos e com as baixas temperaturas, a neve cobria os corpos, afastando o mal cheio e deixando a vista apenas as cabeças”, relata Aureliano em uma de suas muitas memórias.

Sem tristeza no olhar ao relatar sua vivência no episódio, o ex-combatente presenciou a morte de 404 brasileiros de diversas partes do país; além de outros milhares que ficaram mutilados. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) participou ativamente das Batalhas de Monte Castello travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas composta por ingleses, canadenses, sulafricanos, entre outros contra as forças do Exército alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Assim como aconteceu com a Batalha de Montese, de 14 a 15 de abril de 1945, em território italiano

A Guerra acabou em 07 de maio de 1945, quando a Alemanha assinou a sua rendição. As tropas alemãs na Itália, Holanda, Dinamarca e no noroeste da Alemanha se rendem depois do anúncio do suicídio de Adolf Hitler. Era o fim do confronto mais violento da história da humanidade. Lembrando que a rendição alemã foi assinada oficialmente em 02 de setembro de 1945, mas o exército alemão já não representava risco algum às famílias européias; e para garantir, as tropas brasileiras ainda permaneceram em solo italiano até setembro.

Aureliano só voltou a pisar em terras brasileiras em 15 de setembro de 1945, quando foi recebido junto a seu grupo; que retiravam das fardas os emblemas dos horrores da guerra, como conta o ex-combatente; que foi com grande festa e emoção dos familiares, amigos e a nação brasileira.

Morador de Petrolina desde 1972, Aureliano, casado com Teresa Gomes dos Santos há 51 anos e pai de nove filhos, tendo 30 netos e 11 bisnetos do qual detalha com minúcias sua história será um dos 51 homenageados, dos quais 13 estão vivos e reside na região.

A solenidade de inauguração do memorial esculpido pelo artista plástico Ledo Ivo acontecerá com a presença do Prefeito Julio Lossio, incentivador da história e sua valorização, nessa quarta-feira (04), às 18h, na Praça Kennedy, Centro de Petrolina.

 

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