O “Especialista Responde” sobre HIV, AIDS e DSTs

Por Ricardo Banana
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Neste mês de dezembro, também conhecido como Dezembro Vermelho por conta da campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina traz uma entrevista especial com o infectologista Juvenilson Andrade, que atende no ambulatório da UPAE.

A iniciativa faz parte do projeto “O Especialista Responde”, que a cada mês apresentará um tema diferente, referente às 17 especialidades ofertadas no serviço. O material interativo conta com a participação dos internautas que deixam as perguntas nas redes sociais da Unidade. Segue entrevista:

De maneira geral, o que são as DSTs?
São doenças de transmissão sexual, causadas por vírus, bactérias ou parasitas.

Quais são as DSTs mais importantes ou comuns?
Fora o HIV/AIDS, nós temos tido uma grande preocupação com a sífilis, principalmente com a forma de transmissão vertical (de mãe para filho na gestação). Mas, também entram nessa lista a gonorreia, o HPV, linfogranuloma venéreo e as hepatites virais.

Quais os principais sintomas das DSTs?
São sintomas quase sempre genitais. Geralmente, apresentam ulcerações, ferimentos, verrugas ou secreções. Na maioria das vezes os sintomas são persistentes e só somem quando a doença é tratada. Nas mulheres os sintomas costumam ser mais escassos, já no homem a sintomática é mais rica.

É possível estar contaminado com alguma DST e não perceber?
Sim. A sífilis, por exemplo, quando entra na fase de latência clínica nós só conseguimos diagnosticar com exames. O próprio HIV pode passar de 7 a 10 anos sem apresentar nenhum sintoma. Mas, no geral, em se tratando de outras DSTs, os sintomas logo aparecem.

E quanto tempo leva para uma pessoa que tenha contraído a doença comece a sentir os sintomas?
Depende da doença. Por exemplo, a hepatite b é assintomática, o HIV e a sífilis podem passar muito tempo na fase de latência. O HPV também pode demorar bastante para se manifestar. Mas, outras doenças apresentam sintomas em um curto prazo, como a gonorreia.

Então, o que fazer?
As mulheres devem procurar realizar o preventivo periodicamente. Assim como o homem deve manter o hábito de frequentar o consultório do urologista. Além disso, existem os testes rápidos para hepatites virais, sífilis e HIV. Às vezes, as pessoas deixam de ir ao médico porque os sintomas desaparecem, mas isso não significa que a doença esteja curada. O tratamento precoce e adequado evita o risco de outras doenças oportunistas e complicações.

O uso do preservativo ainda é a principal forma de prevenção às DSTs?
Sim, inclusive é a única.

Manchas no corpo em um local específico, que coça, pode ser uma DST?
Não, isso está mais associado às infecções por fungos, causadas pelo calor e roupa muito justa.

O que acontece se não tratarmos as DSTs?
Depende da DST. A hepatite b, se não tratada pode levar à cirrose ou câncer de fígado. O HIV à morte. A sífilis pode ocasionar complicações neurológicas ou cardiovasculares, e até aborto em gestantes. A gonorreia causa infertilidade. O HPV câncer de colo do útero. Todas precisam ser diagnosticadas e tratadas. Não dá para viver com essas doenças sem um acompanhamento.

Qual o cenário hoje da HIV/AIDS hoje no país?
A doença tem sido bem controlada. Há um aumento da oferta de medicamentos e de pacientes em tratamento, diminuindo assim as doenças oportunistas relacionadas à AIDS que antes matavam. Então, os pacientes têm vivido mais tempo e com uma maior qualidade de vida. O governo federal descentralizou o atendimento às DSTs e, atualmente, é possível encontrar em praticamente todo município um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA/COAS) e a população em geral passou a ter mais acesso aos serviços como testes rápidos e tratamentos.

O que são os medicamentos de pré e pós exposição ao vírus HIV?
Os medicamentos pré-exposição ainda estão em fase de estudo e liberação. Eles serão direcionados inicialmente às pessoas que já se relacionam com um parceiro portador do HIV. O pós-exposição é usado em casos de acidente sexual, relação desprotegida, violência sexual e acidente ocupacional na área de saúde com material perfurocortante. Mas, é bom lembrar que nada disso substitui o uso do preservativo, pois o remédio pode ser uma falsa segurança. É preciso muita cautela antes de mudarmos os comportamentos sexuais.

Onde procurar ajuda?
Nos Centos de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Centros de Orientação e Apoio Sorológico (COAS), além da atenção básica.

Ascom UPAE

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