O que Raul Henry vem fazendo com FBC no MDB-PE, é o mesmo caso de Humberto Costa com Marília Arraes no PT-PE

Por Ricardo Banana
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Cada dia que passa, mais afunila o prazo para filiações e arrumações eleitorais em 2018. Entretanto em Pernambuco, dois lados políticos, vivem quase o mesmo dilema. De um lado, o vice-governador Raul Henry trava uma queda de braço interminável com o senador Fernando Bezerra Coelho, pelo controle do MDB no estado.

Em outra esfera política, está o senador Humberto Costa, do PT que, segundo se comenta nos bastidores, tenta inviabilizar a candidatura a colega de sigla, Marília Arraes, pré-candidata ao governo e numa disputa interna para conseguir ter seu nome escolhido pelos filiados, já que no páreo estão também o deputado estadual Odacy Amorim e o militante histórico do partido, o sindicalista José de Oliveira.

Nos dois cenários, os personagens correm contra o tempo, mas FBC e Marília Arraes, podem ter suas postulações com mais luta, diante do impasse interno que sofrem em suas legendas. Raul Henry reconquistou o comando do MDB numa decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) ocorrida na sexta à noite, dia 23. A decisão não agradou nada Fernando Bezerra que já tinha até anunciado a filiação do filho, o ministro de Minas e Energia, deputado federal licenciado, Fernando Filho.

FBC já enxerga que talvez o prazo eleitoral não será o mesmo que ele precisa para viabilizar seu nome no MDB e, assim disputar como cabeça de chapa, as eleições majoritárias de outubro. Ponto pra Raul que defende a manutenção do seu grupo no comando da sigla e a continuidade do apoio ao governador Paulo Câmara, PSB-PE, virtual candidato à reeleição e possível adversário do ex-aliado, Fernando Bezerra Coelho, caso ele consiga disputar o pleito estadual.

Já Marília Arraes sofre o ‘fogo amigo’ das figuras coronelistas do PT pernambucano. Nas hostes políticas da ala comandada por Humberto Costa, a candidatura própria não seria um bom caminho para a reeleição do senador petista e enfraqueceria ainda mais o partido em PE. O cenário mais favorável para Costa retornar o mandato na ‘Câmara Alta’ é a aliança com o PSB de Paulo Câmara que veio buscar apoio do PT, mesmo após quase toda a sigla no estado responsável, pelo impeachment da presidente eleita  Dilma Rousseff, e, isso vem sendo ruim e petistas pernambucanos engolirem.

Por outro lado, o fechamento do apoio de Câmara a eleição do ex-presidente Lula, caso viabilize sua candidatura, poderá entrar na discussão e Marília ter que abortar de vez sua candidatura. Petistas da ala de Humberto Costa acreditam que só assim, com Câmara e seu apoio a Lula, o partido retomaria seu histórico de representantes petistas pernambucanos na Câmara dos Deputados, mais Humberto precisa combinar com os diretórios estaduais.

A decisão da celeuma petista só se dará em maio, dentro das plenárias decisivas para organizar o partido para as eleições deste ano, ou seja, nesse prazo Marília já poderá não mais migrar para outras legenda o que poderia inviabilizar o projeto das forças de esquerda.  E  o que se ver é que são cenários complicados e os caminhos são meio tortuosos para FBC e Marília Arraes nas arrumações político eleitorais para 2018 e consolidar seus nomes à disputa majoritária.

E o tempo, definitivamente, não vem ajudando a nenhum dos dois. A corrida aí, para os oposicionistas, FBC e Marília, é contra o tempo, pois em 7 de abril se finda o prazo para janela e as filiações partidárias de candidatos este ano.

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