Plano prevê diversificação de fontes de energia em Petrolina e Noronha

Por Ricardo Banana
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Lixo em Fernando de Noronha (Foto: Divulgação/Auricélio Romão )O município de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e o arquipélago de Fernando de Noronha, receberão projetos que buscam diversificar suas matrizes energéticas, investindo em energia sustentável. A iniciativa foi divulgada pelo Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec), em entrevista coletiva na sexta-feira (22). As obras devem incluir centros de pesquisa, e espera-se que estejam finalizadas e operando até o início de 2014.

Para o arquipélago de Fernando de Noronha, o objetivo da Secretaria é reduzir o uso da energia gerada pela Usina Termoelétrica Tubarão, que utiliza óleo diesel poluidor como combustível. Isso deve acontecer quando a ilha começar a utilizar energia limpa, produzida através de duas usinas solares, 13 turbinas eólicas, uma usina marítima e uma de tratamento de lixo.

O professor Fernando Machado acredita que o caso do arquipélago é bastante grave: “Não temos como levar linhas de emissão para lá, o que faz com se seja preciso gerar energia na ilha. Ao colocar as energias sustentáveis, vamos substituir o risco ambiental do diesel, e do transporte que o envolve. Aos poucos, vamos produzir mais energia do que a quantidade consumida pelos moradores da ilha”.

Para aprender como transformar os resíduos não recicláveis em energia, o grupo de pesquisadores vai viajar para os Estados Unidos: “Estamos indo agora para Massachusetts, nos EUA, para verificar a conversão de resíduos sólidos em gás, e a utilização desse gás em energia. Com isso, vamos reduzir os custos de trazer o lixo para a costa, e não precisaremos fazer aterros”.

O governo do estado deve investir R$ 8 milhões para adquirir os equipamentos desta usina, que deverá estar em atividade até o final do ano. A compra destes materiais está sendo negociada com uma empresa norte-americana.

Fernando de Noronha vai receber duas plantas de usinas fotovoltaicas, com capacidade para gerar cerca de um megawatt de energia, o equivalente a 40% do que é consumido atualmente no arquipélago. A primeira usina será instalada nas dependências do Departamento de Proteção ao Vôo (DPV) da Aeronáutica, com um investimento de cerca de R$ 10 milhões. Ela deverá gerar 400 kilowatts.

A segunda, com capacidade para gerar 600 kilowatts, será instalada nas placas de captação de água que ficam no bairro do Boldró, próximo à usina termoelétrica. Os dois projetos recebem recursos da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

O arquipélago também vai receber 13 pequenos geradores eólicos, com capacidade para gerar cerca de meio megawatt de energia. O governo do estado deverá investir R$ 1 milhão nesse projeto, além de abrir um edital para a aquisição dos equipamentos, que devem ser instalados no primeiro semestre de 2013.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também está com um edital aberto para geração de um megawatt de energia em Fernando de Noronha, que possibilitará a instalação de mais dois ou três grandes geradores eólicos na ilha.

Outra opção de uso de energia que entrará em vigor em Noronha é a que surge através do movimento das ondas do mar. Para isso, a Sectec deverá contar com o apoio do Ministério de Minas e Energia e da Chesf, num investimento de cerca de R$ 25 milhões. Para captar a energia, plantas de aço serão instaladas a 20 metros de profundidade, dentro de um ano, e irão se mover acompanhando o balançar das ondas, produzindo assim a energia.

Fernando Machado ressalta, porém, que a Usina Termoelétrica Tubarão continuará instalada no arquipélago de Noronha: “Ela nunca será aposentada, porque vai servir como fonte durante uma emergência. Assim, será minimamente utilizada, pois é preciso garantir a energia para o funcionamento da ilha”.

O calor do Sertão

Petrolina receberá uma plataforma de pesquisa e desenvolvimento em energia solar, formada por duas usinas solares e um centro de pesquisa. A primeira usina já começa a ser construída em agosto de 2012, e consiste em uma planta piloto de uma heliotérmica, geradora de energia limpa através da transformação dos raios do sol.

A obra terá um custo de R$ 27,5 milhões, e será realizada graças a um convênio entre a Sectec, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O projeto será executado pelo Cepel, entidade coordenada pela Eletrobrás, em parceria com a UFPE. Estima-se que a heliotérmica terá capacidade para gerar um megawatt de energia.

O objetivo inicial é de que a usina seja utilizada para o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias e capacitação de mão de obra qualificada, trabalhando na diversificação da matriz energética de Pernambuco. Além disso, outra meta é reduzir os impactos ambientais gerados pelas fontes de energia utilizadas atualmente.

A construção da heliotérmica, que ficará localizada em um terreno cedido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vai estar acoplada a laboratórios de formação de estudantes e trabalhadores. O Centro de Pesquisa será responsável pelo estudo das tecnologias empregadas e de novas tecnologias, além da certificação de equipamentos, e da formação de mão de obra qualificada.

O gerente geral de Política de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sectec, professor Fernando Machado, ressaltou a importância do processo inicial: “Vamos produzir uma quantidade significativa de energia, mas o principal objetivo, nesse momento, não é a produção em escala. Primeiro precisamos estudar e dominar essas tecnologias, e só depois pensar nisso”.

Ele falou, ainda sobre a importância de novos usos de energia: “Há uma necessidade muito grande de diversificar a matriz energética, e esse é um objetivo de todo o governo e das entidades de meio ambiente. Então é preciso, além de pensar energias renováveis, fazer pesquisas para dominar essas tecnologias, que poderiam ser mais utilizadas por nós. Ao mesmo tempo, não sabemos ainda qual a melhor solução para determinado local. Petrolina, por exemplo, foi escolhida por um projeto nacional, financiado pela Finep, porque lá existe uma captação de sol muito grande”.

A plataforma de Petrolina vai receber ainda uma usina fotovoltaica. Esse empreendimento será instalado no mesmo local, através de uma parceria entre a Sectec, a UFPE e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Nesta usina, que deverá gerar três megawatts de energia, serão investidos R$ 45 milhões.

O princípio de funcionamento da heliotérmica é similar ao de uma termelétrica. No entanto, aqui o calor que alimenta as turbinas é gerado pela luz do sol. A conversão acontece com vapor de água em caldeiras, que movimentam um gerador. A água é aquecida graças a concentradores solares. Na fotovoltaica, placas instaladas no local irão captar a energia solar, e transformá-la em eletricidade.

 

Fonte: G1 PE

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1 comentário

fit flops sale 7 de outubro de 2012 - 12:06

They are arguing over who should pay the bill.Mother doesn’t make up.I’ll just play it by ear.However, Susan has not really made up her mind yet.It’s going too far.I’m usually just using the search engines to look up information.I’m usually just using the search engines to look up information.What you need is just rest.Spring is a pretty season.Walking up and down the stairs would beat any exercise machine.
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