PT nega pedido de João da Costa e mantém candidatura de Humberto em Recife

Por Ricardo Banana
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Hélia Scheppa/JC ImagemO Diretório Nacional do PT derrubou nesta segunda-feira (25) o recurso apresentado pelo prefeito do Recife, João da Costa, que pedia a revisão da decisão da Executiva Nacional, que anulou as prévias vencidas por ele e impôs o nome do senador Humberto Costa como pré-candidato do partido às eleições municipais na capital pernambucana.

Por 49 votos a 19, o Diretório Nacional manteve a decisão de indicar Humberto Costa.

João da Costa não descartou apelar à Justiça até o prazo de 29 de junho, quando se realizará a convenção partidária no Recife. “A decisão de termos prévias já foi a pior para o partido. Entrar em uma disputa nessa situação não é fácil, mas vamos avaliar que medidas tomaremos agora”, disse o prefeito, que admitiu ter apenas duas possibilidades: a ação judicial ou desistir da reeleição.

O prefeito afirmou que não está preocupado com prazos, “mas, sim, com uma boa gestão no Recife porque é o melhor que faço seja quem for o candidato”. Ele declarou ainda que não cogita deixar o PT nem apoiar candidatos de outros partidos na eleição recifense.

Para o presidente do PT, Rui Falcão, “o prefeito João da Costa fez uma ótima gestão, mas não reúne as condições políticas dentro e fora do partido para tentar a reeleição”. O dirigente afirmou ainda que o racha poderia ter sido evitado “se os dirigentes no Recife tivessem conduzido o processo de outra maneira”.

Falcão declarou que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), teve uma “postura dúbia” em relação à candidatura a prefeito do Recife, sem dar mais detalhes.

O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) chamou a decisão do diretório de “precedente perigoso para a democracia partidária” e acusou Humberto Costa de conspirar contra a reeleição do atual prefeito.

Entenda a crise no PT do Recife

A crise no PT no Recife teve início no começo de março, quando o prefeito João da Costa decidiu que seria candidato à reeleição. O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, passou a emitir sinais de que, para a manutenção da aliança da chamada Frente Popular, que o elegeu e também João da Costa, um outro nome teria de ser escolhido.

Naquele momento, João da Costa já estava isolado, mas mantinha o controle no Diretório Municipal do PT. Eleito com o apoio do ex-prefeito do Recife João Paulo e Campos, João da Costa rompeu com ambos durante seu mandato.

O governador começou a trabalhar, em comum acordo com petistas descontentes com João da Costa, para emplacar o nome de seu secretário de Cidades, à época o deputado licenciado do PT Mauricio Rands. Sem consenso e com dois candidatos, o PT do Recife decidiu realizar prévias entre João da Costa e Rands. O atual prefeito venceu a disputa, mas foi acusado por Rands de fraude.

A Executiva Nacional do PT interveio e determinou uma nova prévia. Dois dias antes da nova disputa, Rands anunciou que sairia da disputa para apoiar um nome de consenso dentro da Frente Popular, que seria o senador Humberto Costa –já cacifado por Campos e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que via na manutenção da aliança no Recife um possível acerto na coligação com o PSB em São Paulo, o candidato petista é Fernando Haddad.

Com as prévias esvaziadas, a Executiva Nacional interveio no Recife de novo e impôs no nome do senador Humberto Costa. Descontente com os rumos da disputa e preocupado com o desgaste político com a briga interna no PT, Eduardo Campos resolveu indicar seu ex-secretário Geraldo Júlio como candidato e recusar o PT na cabeça da chapa. O PT, por enquanto, também rejeita o nome indicado por Eduardo Campos.

Fonte: UOL

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