Reunião médico-científica discute “Febre Amarela na Gestação”

Por Ricardo Banana
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A reunião médico-científica do Grupo de Interesses Especiais (SIGs) da Rede Universitária de Telemedicina – formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Hospital Dom Malan (HDM/IMIP), e mais 10 instituições de ensino e pesquisa do país – discutiu, agora em março, o tema “Febre Amarela na Gestação”.

A sessão colaborativa, do SIG de Obstetrícia Patológica, foi presidida pela própria Unifesp, tendo como professores convidados Júlio Elito Júnior e Celso Granato. As instituições pertencentes à rede discutem mensalmente temas ligados ao ensino, pesquisa e assistência, gestão e avalição remota.

“Acredito que o tema de março foi um dos mais importantes já abordados, pela atualidade do assunto. Discutimos a Febre Amarela na Gestação e, em particular, sobre a vacinação nessa fase. Chegamos à conclusão, por exemplo, de que as gestantes não devem ser rotineiramente vacinadas. Mas, se essa gestante mora ou viajará para uma área endêmica, a vacinação deve ser levada em consideração, pois a letalidade da doença compensa o risco da imunização. Os estudos apontam que as pacientes que tomaram a vacina sem saber que estavam grávidas não sofreram nenhum tipo de complicação ou agravo para o bebê”, ressaltou o especialista em medicina fetal do HDM, Marcelo Marques.

Com relação à amamentação, a gestante imunizada deve suspender o aleitamento por 10 dias, devendo fazer a ordenha do leite antes da aplicação da vacina. Nos bebês, a vacina deve ser administrada a partir dos 6 meses de vida, quando necessário. “Felizmente apenas 20% das pessoas desenvolvem a forma grave da doença. A maioria tem a febre amarela e consegue se curar espontaneamente. A transmissão vertical de mãe para filho através da placenta ainda está em estudo. Há um risco apenas teórico”, acrescenta Marcelo sobre os novos conhecimentos adquiridos.

“Para a nossa região é importante saber que Pernambuco não é uma área endêmica para febre Amarela, embora exista muita migração e facilidade de descolamento entre os estados. A nossa preocupação maior aqui é com outras viroses, como dengue, zika e chikungunya. Mas, devemos estar sempre alertas, vigilantes e bem-informados”, defende o coordenador médico do alto risco.

A próxima reunião do SIG acontecerá dia 03 de abril e discutirá o tema “Via de Parto e Paralisia Cerebral no RN”. Para participar dessa Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) é preciso seguir o procedimento aberto à todas instituições da saúde do país. Mais informações no site: http://rute.rnp.br/sigs.

Ascom

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