Suplente de Humberto Costa no senado pode ser o motivo da imposição do PT nacional no Recife, Joaquim Francisco quer ser senador

Por Ricardo Banana
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A política é arte de enxergar além do óbvio. Ela é a teatralização de situações projetadas para esconder outras tantas atitudes de bastidores. É um simulacro vendido como a mais destilada das realidades. Portanto, para tentar entender o que está atrás da porta do diretório petista no Recife, faz-se necessário ir além do que se vê. Quem tiver coragem de sair da caverna construída pelo partido, e buscar a luz por trás dessa história, pode encontrar um personagem ainda não citado nesse cordel de mal gosto que se tornou a peleja do Partido dos Trabalhadores na capital pernambucana.

Pela primeira vez na história do PT um prefeito da legenda, com possibilidades de reeleição, é colocado de lado para dar lugar a um terceiro elemento até então inesperado, pelo menos para quem não é da cúpula da sigla. Assim foi com prefeito do Recife João da Costa. Após disputar com Maurício Rands as prévias do partido, e vencê-las com 52% dos votos, se dispôs a concorrer outra vez com o deputado federal, já que muitos filiados questionaram o processo. Porém, Rands desiste da segunda prévia. O enlace é levado para a direção nacional, que indica o nome de Humberto Costa, sem confrontá-lo com João numa outra prévia interna.

O partido que se propaga o mais democrático do Brasil, dá uma de ditador e empurrar Recife abaixo o nome do senador Humberto. João se mostra arrasado e promete lutar por seus direitos. O que tudo isso esconde? Por que o PT indicou o nome de Humberto sem prévias¿ Por que não o nome de João Paulo, ex-prefeito da capital, super bem avaliado? Com Humberto Costa na disputa, uma vaga se abre no senado. E quem é o seu suplente?

O nome do suplente é o Joaquim Francisco De Freitas Cavalcanti. Político antigo, que dois anos após o golpe de 64, filiou-se a Arena, grupo que trocava afinidades com os militares na época da ditadura. Ocupou cargos públicos nos governos dos nada democráticos Médici e Geisel. Foi prefeito do Recife e governador do estado pelo partido arquirrival do PT, o então PLF, hoje chamado DEM. No governo Lula, foi para o PTB. Depois, voltou para o PFL. Em seguida, a convite de Eduardo Campos, pulou para o PSB. Agora, pode se tornar senador da república.

Para tanto, Humberto Costa terá que se candidatar a prefeito, se afastando do senado. Ou seja, será que PT, ajudado pelo PSB, não colocou João da Costa e sua histórica democracia partidária para trás com o objetivo de cumprir promessas internas de campanha?

Como diria o indaguento Hamlet, há mais coisas entre o céu e terra do que possa sonhar nossa vã filosofia. Especificando, há mais coisas entre os acordos de diversos grupos políticos do que possa sonhar nosso ludibriado eleitorado. E para encerrar, e ainda parodiando a obra de Shakespeare, depois de tudo isso, tem-se a impressão de que há algo de podre no reino do Partido dos Trabalhadores.

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