“Veta, Dilma” ganha força na internet

Por Ricardo Banana
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Geralmente, são os vídeos caseiros humorísticos postados no YouTube e no Tumblrs que se tornam virais na internet. Porém, as redes sociais mobilizam cada vez mais adeptos para ações de cunho político. O último e maior exemplo é a campanha Veta, Dilma. Ela dispersa na web o desejo de que a versão do novo Código Florestal, aprovada pela Câmara dos Deputados no fim de abril, seja vetada pela presidente. No Twitter, as hashtags #vetadilma, #vetatudodilma e #dilmavetatudo, além das frases separadas, foram citadas mais de 34 mil vezes. O fim do prazo para a presidente sancionar o novo código é na próxima sexta-feira.

O burburinho também não para no Facebook. O perfil Veta, Dilma já foi curtido por 10 mil pessoas e, todos os dias, campanhas são compartilhadas e repercutidas pelos usuários. A estudante de fisioterapia Ana Caroline Teixeira, 23 anos, posta, diariamente, comentários de incentivo à campanha e até adotou uma imagem criada para a iniciativa como a foto de capa do perfil. Ela conta que a troca da foto do perfil pela imagem da campanha trouxe resultados. “As pessoas me perguntam o motivo e isso abre espaço para a discussão.”

 O especialista em internet da Universidade de Brasília (UnB) Marcello Barra lembra que já houve experiências anteriores em que a web foi decisiva, como no caso da Ficha Limpa. “Com a internet, temos a oportunidade de ter uma real democracia. O Diretas Já, por exemplo, caminhava de cidade em cidade. Já o Veta se dá de modo espalhado e ajuda na conscientização de uma densidade maior da sociedade”, compara. Em via oposta, o cientista político Márcio Rabat mostra-se cético quanto à efetividade da mobilização on-line. “Acho que grandes movimentos fazem diferença na política, mas quando as pessoas, efetivamente, estão na rua”, defende.

Resultados

A ação na internet para que Dilma Rousseff se renda aos apelos pelo veto ao texto do novo Código Florestal começou como Veta, Dilma e apareceu pela primeira vez no Twitter em 14 de abril. Em seguida, com a popularização, passou a se chamar Veta tudo, Dilma. Além disso, também já surgiu a hashtag #dilmavetatudo no microblog, apesar de não ser o nome oficial da campanha.

A mudança, aparentemente simples, pode ser considerada sinônimo de avanço, segundo Marcello Barra. “Ela trouxe mais um elemento de pressão, de acordo com o andamento dos fatos. Além disso, ganhou o apoio de artistas como Camila Pitanga e Rodrigo Santoro, dando originalidade e se correlacionando com a importância do Diretas Já”, explica o sociólogo. (Do Correio Braziliense)

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