Durante os dias 14 e 15 de junho 20 pessoas entre estudantes e profissionais de diversas áreas participaram da 1ª turma do curso “Identificação, Manejo de serpentes e procedimentos em caso de acidente” promovido pelo Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga).
Foram oito horas de carga horária total tratando tanto aspectos teóricos quanto práticos. O ministrante do curso é graduando de Ciências Biológicas da Univasf, Luciano Modesto. “A proposta do curso nasceu de uma demanda já existente de órgãos como o Corpo de Bombeiros de Juazeiro e a Secretaria de Meio Ambiente de Jacobina-BA já que capturam muitas serpentes no dia a dia e havia uma necessidade de conhecer melhor quais os animais são peçonhentos e os que não são, além de como proceder em caso de acidentes com os tipos de peçonhas”, afirmou Modesto.
Na ocasião, houve prática básica e orientação quanto ao uso do gancho e pinça herpetológicos, perneiras, canos e caixas de contenção de serpentes entre outros. Para a soldado que atua há quatro anos e meio no 9º Grupamento de Bombeiro Militar em Juazeiro da Bahia, Lorena Rosas, a participação de cinco membros da instituição foi muito importante já que os profissionais lidam com essas demandas de resgate de animais silvestres em área urbana cotidianamente.
“Muitas vezes temos receio de capturar o animal por desconhecer o comportamento dele no ambiente. Então, o curso foi muito importante para que possamos ter essas informações, esse entendimento das características e hábitos dos animais no que se refere ao fato dele ser peçonhento ou não e todo o contexto que os envolve, tanto no ambiente natural quanto no urbano”, concluiu Rosas.
Serpentes no Brasil – De acordo com informações do Instituto Butantan, no Brasil há 392 espécies, de um total de 2.930 espécies de cobras ou serpentes que existem no mundo, das quais 36 são peçonhentas, dividas em duas famílias: Viperidae e Elapidae. Na Caatinga são 52 espécies, sendo dessas apenas três peçonhentas: coral-verdadeira, cascavel e jararaca.
Matar animais silvestres é crime – De acordo com a Lei nº 9.605/98 é crime ambiental matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar espécimes da fauna silvestre sem autorização ou licença, ou ainda advindos de criadouros não legalizados, podendo render multa de R$ 500 a R$ 5 mil por indivíduo, se a espécie estiver em risco de extinção. A entrega voluntária de animais silvestres como está previsto no Artigo 24, parágrafo 5, do Decreto nº 6514/08 do Governo Federal, não acarreta notificações e multas ao infrator, e o processo é encerrado.
A segunda turma já está com todas as 20 vagas preenchidas e acontecerá nos dias 28 e 29 de junho. Para quem tem interesse em participar de uma lista de espera de chamada para a terceira turma do curso que poderá ocorrer em setembro deste ano, o Cemafauna disponibiliza o endereço museu.cemafauna@univasf.edu.br para que o candidato envie e-mail informando nome completo e telefone para contato.
Ascom Cemafauna