Política

Jaques Wagner alfineta o prefeito: “ACM Neto achou que era o avô”

imagemEm mais uma vitória inesperada contra o grupo oposicionista, desta vez com o seu sucessor Rui Costa (PT), que, contrariando as pesquisas, venceu no primeiro turno, o governador Jaques Wagner deixou de lado o tom apaziguador e disparou contra o atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), hoje o principal cacique do grupo. Em 2006, o governador, que passeava em último lugar nos levantamentos, venceu o democrata Paulo Souto (DEM), repetindo a mesma dose em 2010, bem como em 2014.

Numa clara resposta, em entrevista à imprensa ontem, o líder petista, que há muito já vinha em clima de desavença com o gestor de Salvador por conta da paternidade de obras na cidade, não hesitou em destacar que Neto pensa que é mais do que é e não deixou de apontar os erros que levaram o seu correligionário a mais uma derrota.

“Neto pensou que já era o avô [Antônio Carlos Magalhães], mas não era. O avô ralou muito e foi construindo seu grupo político. As peças publicitárias para campanha era ele. Parecia mais a campanha de prefeito já antecipada de 2016, onde ele era o principal e o candidato dele a governador e o candidato a senador eram coadjuvantes. Esse sistema o povo não quer mais. Governador não é dono do estado”, alfinetou Wagner.

ocasião, o governador comparou ainda seus oitos anos de mandato com a gestão de Souto e pela primeira vez comentou sobre a escolha do nome da oposição para o embate. Em sua opinião, a escolha do democrata para o pleito foi um erro. Segundo ele, seria mais difícil enfrentar o peemedebista Geddel Vieira Lima, que “não tinha esse peso de oito anos de governo menos eficiente do que o nosso”, do que Souto, já marcado pelos erros cometidos no passado. Por tabela, disparou que: “Eu sou mais de fazer do que conversar. Na hora certa as pessoas reconhecem. Ao longo de oito anos, muito trabalho foi realizado”.

Num clima de revanche, não deixou de registrar a vitória de Rui nos três maiores colégios eleitorais da Bahia – Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista -, bem como a diferença de mais de um milhão de votos entre o vencedor e o segundo colocado. “Ganhamos em Salvador. Eles tentam esconder que vencemos bem. Eles juntaram, mas não conseguiram ampliar o raio. Eu trabalho muito. Sou uma pessoa tranquila e humilde. Estou superalegre, realizado. Vou encerrar meu mandato em dezembro. Rui é um jovem super- competente, sério”, comemorou.

Saindo do tema embate, o governador garantiu que não indicará nenhum secretário para o governo do seu apadrinhado, sob a justificativa de confiar no seu substituto. “Confio demais em Rui, ele vai sentar com os partidos e vai organizar o seu governo”, declarou o governador.

O petista não deixou de comemorar a vitória do seu correligionário e sucessor, Rui Costa, no último domingo (5), com 54,53% dos votos válidos. “Não era uma pessoa conhecida e foi sendo conhecido o valor e a capacidade dele. Otto era mais conhecido. Conversava com Rui o que tinha acontecido comigo em 2006. As pessoas foram definindo seus votos. Deu tudo certo”.

Sobre a disputa presidencial, que levou a presidente Dilma ao segundo turno com o tucano Aécio Neves, Wagner aposta no apoio de Marina Silva, que ficou em terceiro lugar. “Vamos mostrar que a caminhada de Marina é mais próxima à nossa do que a do outro lado. São ideias que se aproximam muito mais do que a de Aécio”.

Por fim, ainda revelou que, antes da posse de Rui, espera obter o apoio da candidata do PSB, a senadora Lídice, para o segundo turno das eleições presidenciais, quando Dilma Rousseff (PT) enfrenta Aécio Neves (PSDB). “Quero crer que Lídice tenha mais proximidade com nossa caminhada do que com a do PSDB, não só política, como de vida. Agora é hora de olhar para frente, pois não tenho dúvida que Dilma representa o que há de mais consistente para o futuro do Brasil”, afirmou. (Tribuna da Bahia)

Blog do Banana

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *