A Polícia Federal admitiu nesta quarta-feira 1, em resposta à Justiça Federal do Paraná, que não há indícios de envolvimento do atual diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, no esquema de propina em contratos da estatal. A citação de seu nome nos depoimentos dos delatores do escândalo foi um “erro”, acrescentou a PF.
O esclarecimento foi feito depois que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, determinou que a Polícia Federal esclarecesse se havia prova concreta do envolvimento de Cosenza no caso. “Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras”, diz trecho do documento da PF.
A instituição afirmou ainda que “não há, até o momento, nos autos, qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras”. De acordo com a PF, o nome do atual diretor da estatal não foi envolvido por nenhum dos presos da sétima fase da Operação. Segundo delegados que tomam os depoimentos, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef disseram que empreiteiras pagavam propina também para o sucessor de Costa na estatal.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil:
PF reconhece que errou em incluir diretor da Petrobras na Operação Lava Jato
André Richter – A Polícia Federal informou hoje (19) à Justiça Federal que até o momento não há provas de que o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Consenza, tenha envolvimento com o esquema de pagamento de propina na Petrobras. A manifestação da PF foi enviada em resposta ao pedido de esclarecimentos feito pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, após depoimentos prestados por investigados na operação.
No documento enviado ao juiz, o delegado Márcio Adriano Anselmo afirma que o nome de Cosenza foi inserido na investigação “por erro material”. Segundo o policial, “Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Em relação ao outro quesito em que se questiona se os investigados conhecem o mesmo, foi formulado apenas em razão do mesmo ter sucedido Paulo Roberto Costa, área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu gerente executivo”, esclarece a PF.
De acordo com o delegado, as menções após a saída de Paulo Roberto Costa referem-se a pagamentos da construtora Engevix a empresas do doleiro Alberto Youssef. ” Como, por exemplo, no caso da empresa Engevix, contra a qual teria sido emitida nota fiscal de prestação de serviços fictícios em 4/4/2014, no valor de R$ 213 mil, portanto, após mesmo a prisão do investigado, bem como mediante a formalização de contratos fictícios com Paulo Roberto Costa, conforme o mesmo admitiu; ou, ainda, os pagamentos realizados em maio, junho e julho de 2013 pela OAS African em conta no exterior gerida por Alberto Youssef em que ultrapassam os 4 milhões de dólares”, disse o delegado. (247)
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