O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) ver como necessária e urgente a discussão da reforma política no Brasil. O parlamentar defende o voto distrital misto ao discutir o tema em audiência pública em Petrolina, na Casa Plínio Amorim na tarde desta sexta-feira (24). O deputado diz que há imperfeições no sistema eleitoral em vigor e por isso também há um debate sobre o financiamento público das campanhas, sobre coligação de filiações partidárias, marketing eleitoral, entre outros. “Vivemos uma fase estarrecedora da corrupção brasileira”, pontua.
Segundo ele, a reforma não é a única solução para atravessar a crise em que vive o país. “Estamos vivendo uma crise federativa, ética, hídrica, para quem vive no Sertão e econômica de graves proporções e essa superposição de crise clama por uma posição dos poderes públicos, e temos um dever de apresentar ao país um sistema que fortaleça os partidos e a política no país”.
O deputado comemora a discussão sobre reforma política no Senado que há 20 anos estava parada. “Pode haver uma paralisia se não tiver um espírito de convergência, desta forma percebo na Comissão Especial que precisamos fazer uma reforma que melhore o sistema de um lado e de outro que tenha condição de ser aprovado no Plenário, não adianta ter uma ótima proposta sem ter a receptividade na Casa ou que não melhore o sistema político”, declara o socialista que é vice-presidente da Comissão Especial da Câmara Federal.
Sobre o voto distrital, o deputado disse que o sistema é majoritário tem suas vantagens quanto a aproximação dos representantes aos eleitores, mas ao mesmo tempo não dá oportunidades dos políticos representarem suas bases eleitorais porque o voto não é ligado ao território. “Não será um candidato que representa um conceito, uma categoria, uma Igreja por exemplo, bem como uma representação sindical., prefiro juntar o sistema distrital misto, vez que reúne as virtudes das eleições proporcionais e distritais, proporcionando uma aproximação dos representantes com a sua região”.
Alencar argumenta que o voto distrital misto viabiliza também o fortalecimento dos partidos. “O que não pode continuar é a existência de 28 partidos políticos porque na sua maioria não defende conceitos, nem filosofia e sim funciona como moeda de troca no momento da eleição, para tempo na televisão, fundo partidário. Precisamos diminuir essa fragmentação”.
O Promotor de Justiça Carlan Carlo, no uso da tribuna, relatou que apenas proposta de mudança não mudará o atual quadro político do país. “Não se deve ater apenas a iniciativa de mudança e sim de fazer valer o que também já existe. “É preciso que além das mudanças haja a efetiva participação das expressões populares”.
Foram discutidos os temas Sistema Eleitoral, Calendário Cinco Anos, Reeleição, Regra de Transição, Financiamento de Campanha e Fundo Partidário. Para valer nas próximas eleições, as mudanças no sistema eleitoral brasileiro devem ser votadas um antes do pleito, ou seja, até o mês de outubro. (Grande Rio FM)
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