Com a eleição do novo Congresso Nacional, composto majoritariamente por empresários, ruralistas, profissionais liberais, imbuídos pelo proposito liberalizante da economia e do mercado de trabalho, tirando proveito de um Governo fragilizado e enterrado em denuncias de corrupção de todas as matizes. O Brasil vive, nesse momento, uma intensa, porém silenciosa, luta de classes em que a ditadura do capital, revestido de democracia liberal, impõe derrotas de difícil reversão no cenário político e de enormes repercussões na vida social do país principalmente na classe trabalhadora.
Nesse cenário, observamos no Sete de setembro uma imensa multidão nas ruas a festejar os 193 de independências do Brasil, e em Juazeiro, obviamente, não foi diferente. Não obstante o belo desfile proporcionado pelas escolas, instituições civis e militares, com suas fanfarras e bandas vibrantes e afinadas, os enredos referenciando as olimpíadas do Rio 2016, tudo muito bonito e de muito bom gosto.
No entanto, o Sete de setembro sempre foi um espaço para a população manifestar suas preocupações cívicas, que a meu ver foi secundarizada como uma forma de diluir a gravidade dessas preocupações. O Rio São Francisco está em situação muito crítica, o IDH, índice de desenvolvimento humano de Juazeiro ocupa um lugar preocupante no ranking das cidades da Bahia e do Brasil, IDEB que afere o nível da educação básica está muito aquém do que se preconiza as metas do MEC, IDSUS que baliza o atendimento do sistema de saúde também se apresenta de forma débil, a cidade figura entre as mais violentas do Estado, a seca que se prolonga a anos , mudou inclusive de nome agora é crise hídrica, a Câmara de Vereadores que se diz a casa do povo, votou contra a moção de aplauso ao Juiz Federal que lidera a Equipe da “ Operação lava Jato”, que combate a corrupção no País, além da inflação, desemprego, inflação e etc. Todos esse problemas passaram longe se ser abordas de forma crítica.
A esperança estava no grito dos excluídos, que outro ecoava com suas músicas revolucionárias, suas palavras de ordem gritadas a plenos pulmões por integrantes dos movimentos sociais, no entanto as poucas pessoas e faixas trazidas reduziu o outro grito retumbante do excluídos em apenas, um inaudível sussurro, é evidente que as estratégias de desmobilização dos movimentos sócias patrocinada pela elite governista é a legitimação do poder pelo poder, e para a população que ficou apenas a ver “A banda passar” é a depredação da cidadania, além do empobrecimento econômico, o Brasil e a nossa cidade apresenta um preocupante empobrecimento político.
Professor Paulo José- Presidente do PSOL- Juazeiro-Bahia.
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