Até dezembro de 2016, o corte de empregos com carteira assinada no Brasil, nos dois anos de recessão, deve chegar a 3 milhões de vagas, uma perda que só deve ser recuperada em 2020. Especialistas preveem uma reação lenta da atividade no país.
Reportagem do Valor ouviu duas consultorias e uma instituição financeira, LCA, Tendências e Bradesco, que estimam que o nível de emprego formal no Brasil só voltará ao registrado em 2014, de 41,2 milhões, em 2020.
“Em 2015, foram fechados 1,5 milhão de postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com outros 650 mil cortes registrados de janeiro a agosto, o país soma atualmente 39 milhões de vagas formais, volume inferior de dezembro de 2012 (39,6 milhões). Para o ano fechado, o saldo negativo sinalizado pelas projeções mais recentes é de 1,3 milhão.
“A recuperação tende a ser lenta porque a gente não deve ver o impulso de formalização que esteve em cena nos anos 2000”, pondera Romão. Para ele, a política econômica que aumentou a participação dos bancos públicos no mercado de crédito e do Estado nos investimentos em infraestrutura também fomentou o avanço do emprego com carteira assinada. “Esse foi o período dos IPOs [abertura de capital] da construção civil”, lembra.
O economista do Bradesco Igor Velecico acrescenta à avaliação os incentivos tributários dados desde 2011 com a desoneração da folha. “Eles aumentaram a demanda por trabalho, fator que já estava escasso, e elevaram o desequilíbrio”. Entre 2004 e 2014, o Brasil ganhou mais de 15 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.” (247)
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