Na última semana, a equipe de saúde da UTI materna do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina começou a discutir a implementação de um checklist para o rastreamento de risco de hemorragia na gravidez e puerpério, objetivando a prevenção.
O novo instrumento faz parte de um protocolo próprio do hospital para síndromes hemorrágicas e começará a ser utilizado de imediato. O projeto piloto terá início pela UTI e quando estiver bem consolidado passará a ser utilizado também no centro obstétrico, bloco cirúrgico (recuperação pós-parto) e no alojamento conjunto.
O tema (Hemorragia Puerperal) é tão relevante que o governo da Bahia realizou um curso para os municípios da macrorregião norte sobre o assunto, do qual o HDM participou devido à sua referência para a Rede PEBA. A capacitação aconteceu em Juazeiro, no início do mês.
“A nossa participação no curso foi muito importante e por vários motivos. Primeiro pela atualização em si, que é sempre positiva, depois porque pudemos realizar algumas autoanálises, entre elas, sobre a lista de checagem”, pontua o médico ginecologista Álvaro Pacheco.
“Entendemos que essa era a hora de efetivar o instrumento, que foi criado lá na implantação do protocolo de cuidados com a paciente. Acreditamos que a iniciativa pioneira do HDM poderá vir a ajudar inclusive outros serviços, contribuindo para a diminuição da morbimortalidade por hemorragia pós-parto. Vamos fazer primeiro dar certo aqui para pensarmos nisso depois”, acrescenta.
Sobre o instrumento em si, Álvaro explica que ele será utilizado para reger as ações da equipe de saúde desde a hora da classificação até a primeira hora do pós-parto. “A gente pretende que o checklist facilite a identificação de situações de risco e que ele possa ser entendido e usado por toda a equipe de saúde. Identificado o risco de sangramento através do checklist, automaticamente o profissional deve iniciar o protocolo de hemorragia, prevenindo assim maiores complicações, que no caso das síndromes hemorrágicas podem causar a histerectomia [perda do útero] ou até mesmo a morte”, relata.
Ainda sobre as síndromes hemorrágicas, Álvaro Pacheco alerta que esta é a maior causa de morte materna no mundo. Sobre as boas práticas que podem ser adotadas como prevenção ele destaca: classificação com indicação para o risco de hemorragia; minimização das condutas e manobras favorecedoras; não indicação da episiotomia (corte para ampliação do canal de parto) e da cesariana sem causa médica; uso da ocitocina após o parto; tração controlada do cordão no terceiro estágio de parto; checagem da eliminação total da placenta e massagem do útero pós-parto.
Ascom
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