Coordenadora da OPO faz balanço do Setembro Verde

Por Ricardo Banana
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A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina fez ontem (03) um balanço sobre o Setembro Verde durante uma entrevista para a imprensa. Na oportunidade, Samyra Moraes destacou o protagonismo de Pernambuco na doação de órgãos, visto que o estado detém o primeiro lugar do norte-nordeste no ranking nacional de transplantes.

Nesse cenário alguns números falam por si. Recentemente, foi divulgado pelo governo do estado um aumento geral no número de transplantes. Até agosto, 1.241 órgãos e tecidos foram transplantados em Pernambuco, o que representa um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram realizados 961 procedimentos. O aumento da doação de rim (49%) ficou no segundo lugar no ranking da CT-PE e em primeiro os transplantes de coração, que totalizaram 40 – uma ampliação de 60% quando comparado com os dados do mesmo período de 2016 (25).

“Essa é uma realidade muito positiva para a qual Petrolina tem dado a sua parcela de contribuição. Dos 40 corações transplantados, por exemplo, 32,5% foram captados no Hospital Universitário pela OPO Dom Malan. O aumento tem sido registrado na doação de múltiplos órgãos e a gente precisa divulgar, pois, apesar do sofrimento da família do doador pela perda de um ente querido, dessa forma nós temos conseguido ajudar a diminuir a fila de espera por um transplante”, ressaltou Samyra.

A coordenadora da OPO acredita que o aumento significativo com relação às doações tem a ver com o maior preparo e sensibilização das equipes de saúde, assim como um maior esclarecimento e entendimento da família com relação à importância desse gesto de amor e generosidade. “Se analisarmos os números não há um aumento significativo de potenciais doadores, o que há é um aumento realmente da conscientização”, comemora Samyra.

E para fortalecer ainda mais esse trabalho, a OPO – em parceria com a Liga Acadêmica de Transplantes de Tecidos e Órgãos do Vale do São Francisco (LiATO – Univasf) –   realizou na última semana uma série de oficinas voltadas à identificação de um potencial doador, protocolo de morte encefálica, acolhimento da família e a importância do diálogo sobre a doação, entre outros assuntos pertinentes ao tema. Toda a programação foi aberta, voltada aos profissionais e estudantes de diversas instituições de saúde e ensino. “Começamos as comemorações do Setembro Verde com uma missa no dia 23 e de 25 a 29 realizamos as oficinas na Univasf. Cada oficina teve a duração de duas horas e gerou certificado. Tivemos um bom público e acredito que passamos o nosso recado”, pontua Samyra.

Para manter os números positivos e continuar aumentando as doações, a coordenadora da OPO acredita que o segredo é permanecer investindo nas pessoas. “Quanto mais o profissional estiver sensibilizado melhor, e quanto mais informação a família tiver mais fácil será decidir pela doação. E aqui faço um apelo para que todo mundo converse em casa sobre o assunto, deixando clara a vontade de se tornar um doador, pois assim a família poderá ter mais segurança na hora da decisão”, destaca.

Além da doação pós-morte encefálica é possível fazer doações em vida. Rim, parte do fígado e medula óssea estão nessa lista. “É preciso desmistificar inclusive a doação da medula óssea, porque muitas pessoas não tem informação sobre o assunto. É muito fácil se tornar um doador. O interessado pode se dirigir ao Hemope, preencher um cadastro, e doar 5ml de sangue, de onde serão extraídas as informações para cruzamento. É bom lembrar que a doação de medula nada ter a ver com coluna cervical, punção ou risco de paralisia. O processo é super tranquilo e sem riscos”, finaliza.

Ascom

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