Monteiro Lobato, um dos mais conceituados escritores infantis, disse: “Um país se faz com homens e livros.” Que palavras impactantes! As nações que se envolveram na segunda guerra mundial, mais especificamente o Japão, voltou arrasado do conflito, as cidades de Nagasaki e Hiroshima foram fortemente atingidas. Hoje, nem parece que esse povo sofreu qualquer tipo de bombardeio. Houve uma evolução tecnológica e educacional incrível. Esse lugar asiático mais do que tudo prioriza a educação. Os governantes sabem que a mola que leva ao desenvolvimento econômico e social, está numa educação de qualidade. As crianças já são direcionadas na escolha da profissão, não dão um tiro no escuro. É por isso que há um crescimento gigantesco no PIB e na economia do país. A abrangência desse crescimento é tão gigantesca, que aos olhos de outras nações o Japão já é uma ameaça em relação à Europa e aos Estados Unidos. Esse salto de qualidade deve-se, sobretudo, aos investimentos em tecnologias de ponta e ao ensino eficiente. É visível essa situação, o nosso Brasil não coloca em primeiro plano a educação, a maior evidência é o não cumprimento das próprias leis aprovadas pelos congressistas em favor dos professores e alguns governadores caminham nessa mesma direção, com argumentos e instrumentos que dificultam a vida dos educadores. Além disso, os gestores (uma boa parte) dos municípios dizem que não há como arcar com a folha de pagamentos dos servidores e por trás de uma responsabilidade fiscal não cumpre com seu papel no setor educativo. Subestimam a inteligência do povo, somos sabedores que a educação tem uma verba própria que é o FUDEB. É fato, por conta dessas coisas desagradáveis, está tendo uma evasão escolar muito grande nas disciplinas de matemática, química e física. Os vestibulandos ou quem opta pelo Enem não querem mais essas áreas, tendo em vista os baixos salários e não são valorizados pelos alunos e muito menos pelos governantes. Enquanto o país não despertar pra essa realidade, sempre seremos vistos apenas como uma nação que se preocupa apenas com samba, futebol e carnaval e ficamos alheios às questões mais importantes. Qualquer pessoa tem livre arbítrio para apreciar qualquer tipo de entretenimento, mas tudo tem seu lugar e importância na esfera organizacional de um Estado. Em suma fica assim: “Você faz de conta que aprende e eu faço de conta que ensino”. O problema emblemático de nosso país se chama impunidade e corrupção, somos frutos de um país em que a Constituição Federal é desrespeitada e rasgada, esse reflexo da omissão e descaso a gente vê no caso dos envolvidos em algum ato ilícito que se arrasta com recursos e manobras nos tribunais em favor dos que lapidaram o erário. Quando um dia tratarem os educadores como se tratam os políticos e no sentido de melhorarem seus vencimentos e seus direitos concernentes à valorização da categoria, ai sim, o Brasil dará um salto de qualidade e teremos uma nação mais livre e democrática, onde as desigualdades sociais serão mais equilibradas e uma divisão de renda mais justa. Contudo, o que vemos diariamente são escândalos a céu aberto, é como se o país não tivesse comando e, não vemos uma ação que venha neutralizar essas práticas criminosas. Causa-me repulsa e a aos brasileiros ver tantas injustiças absurdas e não vemos um judiciário mais enérgico. Tantas pessoas citadas nas delações, diversas vezes há tantos anos e não vemos uma atitude do STF (instância maior), mais rígida, com o rigor e exigência da lei, onde se for condenado, não cabe mais recursos. É uma estranheza profunda não entender porque essas pessoas acabam com a nação, desviam milhões, matam os sonhos e as perspectivas de todos os brasileiros e ficam impunes. Acredito que chegará um ponto em que as pessoas não vão aguentar tanto sofrimento. E quando vemos uma revolta por parte dos policiais e inconformismo generalizado por parte das nossas instituições de segurança clamando por melhores condições de trabalho e um salário mais justo e digno, é porque estamos chegando a um caos sem precedentes. Lembro-me da revolução francesa de 1799 e a revolução russa, há uma semelhança em relação ao que está acontecendo com o nosso povo. Cresce a cada dia, embora silenciosamente, um sentimento de revolta nas pessoas. Vemos claramente os internautas reagindo nas redes sociais, nas mais diversas formas. Existe um senso de justiça aumentando consideravelmente com uma força incontrolável. Reflitam aqueles que dizem ser representantes políticos, porque o tecido social não vai suportar por muito tempo os desmandos desse país, chamado Brasil.
Antonio Damião Oliveira da Silva (damis.oliver@hotmail.com)
Guarda Municipal de Petrolina
Graduado em Matemática pela FFPP