Artigo: Envelhecer ou morrer mais cedo?

Por Ricardo Banana
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Ninguém pode negar que as pessoas estão vivendo mais, significa dizer que à população está envelhecendo. De fato a expectativa de vida tem aumentado nos últimos anos. É bom a nossa sociedade se acostumar, daqui a alguns anos com um público de idosos. Ainda bem que temos leis de proteção a essa classe tão desprezada. Em outras épocas, não existia nem uma medida de segurança e cuidado, sofriam às duras penas, sem inclusão social e forte discriminação. À lei do estatuto do idoso vem em boa hora para fazer valer os direitos e prioridades dos indivíduos mais vulneráveis nas relações sociais.

  É ledo engano que as pessoas de cabelos brancos nada têm a contribuir ou somar. Lembrem- se que um dia também foi um bebê, angelical e indefeso. Como crianças, agiam como tal, corriam, gritavam, pulavam e se divertiam alegremente sem se preocuparem com o dia a dia. Também gozaram as fases da adolescência, até serem adultos. Poucos tiveram a oportunidade de estudar, outros, nunca foram à escola.  Aprenderam desde cedo o ofício da enxada, do serviço duro, com sol quente no rosto, numa rotina massacrante e exaustiva da roça.

  Hoje olhando um passado distante, as rugas na face mostram as marcas do sofrimento e solidão. Quantas vezes tiveram que madrugar para prover os meios de subsistência dos filhos, quando tinham força física e muita vitalidade. Mas, os anos roubaram a saúde e juventude, e, alguns perderam a alegria de viver e seus sonhos de dias melhores perderam- se na penumbra do tempo.

   Muitos idosos são ultrajados, maltratados por seus próprios filhos e jogados nas casas de abrigo das cidades, esquecidos para sempre. Que cena triste!

   Quantos estão doentes, andam a passos lentos, com voz rouca, não audível, olhos tristes e visão embaçada. Por incrível que pareça, a doença da maior parte deles, se chama solidão e desprezo, às vezes, pelos próprios familiares. Não recebem uma visita, ninguém aparece para conversar com eles, são invisíveis aos olhos de muitas pessoas.

   Eles têm aguçada sensibilidade e sabem discernir quando são tratadas com docilidade e aspereza. Pude perceber que o ser humano morre mais por falta de atenção que alimento. Há um julgamento precipitado por parte da maior parcela da população, acham que estão no fim da vida e nada mais pode ser feito em beneficio da sua existência.

  Existe um centro de amparo à pessoa idosa, localizado na Vila Eduardo. Lá os idosos têm um tratamento diferenciado. No dia a dia é visível a dedicação das funcionárias a corresponder com as necessidades deles. Aprendem matérias pedagógicas, trabalhos em grupos, executam pinturas em papéis, oram, cantam, dançam, com entretenimentos maravilhosos. Encenam histórias teatrais, representam tão bem, como se fossem atores profissionais. Além disso, uma alimentação saudável e de boa qualidade. Ademais, acompanhamento de psicólogo, assistência social, médico terapêutico e somando-se a isso, um local arejado, espaçoso, muito limpo, higiênico e prazeroso, objetivando o bem-estar de todos, bem como, comodidade.

   Mensalmente há uma reunião para traçar as metas e objetivos que se pretende alcançar. Nesse dia os idosos não estão presentes, porque todos estão envolvidos nessa missão. Nesse encontro devem participar todas as pessoas que trabalham em outros centros de atenção à pessoa idosa do município. Perceba que existe um planejamento, e, tudo isso, visando oferecer apoio e amparo ao idoso. Também são confeccionadas as carteiras de transporte interestadual para o público de idosos externos.

Afirmou Kofi Annan: “Nós envelheceremos um dia, se tivermos este privilégio”.

Para saber como funciona e a metodologia aplicada diariamente, eu vos convido a conhecer suas instalações, por trás do Gbarbosa, próximo ao colégio impacto, Petrolina, Pernambuco.

Antonio Damião Oliveira da Silva (damis.oliver@hotmail.com)

Guarda Municipal Petrolina Pernambuco

Graduado em Matemática pela FFPP

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