Ricardo Banana

Crônica, poesia e romance: as preferências dos jovens leitores de Petrolina identificadas por projeto

Maria Eduarda de Moraes Café, de 11 anos, conheceu o livro Pollyanna na biblioteca do colégio onde estuda, o Plenus Junior, próximo à orla de Petrolina (PE). O romance sobre uma menina, órfã de pai e mãe nos anos 1913, levada a morar com a única tia – desprovida de afetividade e compreensão –, emocionou a aluna, e tornou-se seu predileto. Fã de boa literatura, Eduarda participou na noite desta segunda-feira (26) da abertura do ‘Projeto Leia’, do qual é sócia.

O projeto faz parte do calendário de ações continuadas do Plenus, e se divide em dois clubes de leituras: ‘Leia’, do 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental, e o ‘Leia+’, que trabalha com estudantes do 9º ano a 3ª série do Ensino Médio. O coordenador da iniciativa, Genivaldo Nascimento, ressaltou para um auditório lotado que a média de leitura dos estudantes do colégio é de 12 livros por ano, bem acima da estatística nacional.  E isso tem produzido resultados. “O que percebemos através do projeto é que os alunos melhoram as notas em sala de aula e suas percepções de mundo”. “Temos muitos discentes que, em contato com os integrantes dos clubes de leituras, começaram a ter gosto pelos livros. Isso é gratificante”.

Com essa constatação em mãos, a escola buscou fazer da abertura um momento cerimonioso. Promoveu o juramento dos membros do projeto e levou para  frente do público quatro jovens estudantes. Elas falaram de suas experiências no mundo da leitura e recitaram versos feitos por elas mesmas. “Os participantes dos clubes de leitura vivem em uma jornada única. Querem trilhar caminhos próprios para o conhecimento, buscam se compreender e internalizar experiências sólidas para a vida”, comentou a Diretora Pedagógica do Plenus, Sílvia Santos.

Segundo a coordenação do projeto, esses leitores têm buscado com frequência na biblioteca livros de crônicas, poesias e romances juvenis. Por esse motivo, convidaram para a palestra de abertura o poeta e jornalista, Carlos Laerte, que fez um breve relato sobre sua história como escritor antes de recitar sua poesia mais conhecida ‘Não se cala um rio’, publicada no livro Poemando (1986). Os versos críticos, alertando há 32 anos para a degradação do Rio São Francisco, chamaram a atenção dos jovens, e, em especial, a Maria Eduarda de Moraes Café, que estava lá, entre a plateia, atenta aos detalhes do poema. “Ele me causou curiosidade porque usa personagens folclóricos como o Nego D’água para falar das agressões que nós, pessoas reais, estamos causando no rio”, reflete a menina de 11 anos.

Antes de encerrar a abertura, Genivaldo anunciou três novidades para os membros dos clubes. “A partir de agora o projeto passa da fronteira dos muros da escola e vai também para parques, bibliotecas e outros locais de Petrolina. A segunda é que cada aluno vai ter uma carteirinha e, a cada encontro, eles acumulam cinco pontos que ao final do projeto serão convertidos em um vale-livro que poderá ser descontado nas livrarias da cidade. E a terceira novidade que esses pontos também poderão se transformar em notas nas disciplinas de Redação, Português e Literatura”, explica.

Clas Comunicação

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