A estudantes na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, a presidente eleita e deposta pelo golpe, Dilma Rousseff, reiterou que o ex-presidente Lula é o candidato do PT à presidência da República, mesmo estando preso há dez dias. Ela repetiu as palavras ditas por ele antes de se apresentar à Polícia Federal, num discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“Ele estará nessa eleição – preso ou solto, morto ou vivo. Isso não é uma bazófia. É a expressão política de que eu não represento uma pessoa, eu represento uma ideia”, declarou, na noite desta segunda, no evento “Desafios para a democracia no Brasil”, promovido pelo Centro para Estudos Latinoamericanos da Universidade de Berkeley, na Califórnia. A viagem faz parte de um tour pela Europa e pelos EUA em que Dilma denuncia o golpe e a prisão ilegal de Lula.
Dilma criticou também decisões recentes da Justiça do Paraná que proibiram visitas ao ex-presidente, como a de nove governadores que foram a Curitiba. “O Lula está preso numa solitária. Não bastaram prender o Lula. Também não querem deixar ele falar. O próprio juiz responsável pelo caso não quer que ele fale. O Lula não pode falar porque ele muda a opinião das pessoas”, afirmou.
Um dia antes de completar um ano da votação na Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment, Dilma declarou sobre o golpe. Segundo ela, tratou-se de um “golpe parlamentar, midiático, com apoio do judiciário e de parte do sistema financeiro”. “Na ditadura militar, a democracia é cortada com um machado. Neste golpe de 2016, a democracia foi tomada por fungos e parasitas que a corroem por dentro”, comparou.
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