A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizará, nesta quinta-feira (17), Audiência Pública sobre Racismo na Universidade, que acontecerá no auditório da biblioteca, do Campus Sede, em Petrolina (PE). O evento visa discutir políticas afirmativas e o racismo no ambiente universitário, com foco em três eixos principais: cotas raciais para discentes e servidores; ações de combate ao racismo institucional e a aplicação da Lei N° 10.639/2003, que regula o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira. A audiência é aberta à participação de toda a população da região.
O evento é promovido pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo Institucional, criado pelo Conselho Universitário (Conuni), em 2018, pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), pela Coordenação de Políticas de Ações Afirmativas (CPAA), pelo Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-brasileiros Abdias do Nascimento-Ruth de Souza (Neafrar), ambos da Univasf, em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da Univasf (Sindunivasf), o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro e Movimentos Antirracistas do Vale.
O coordenador de Políticas de Ações Afirmativas da Univasf, professor Cláudio de Almeida, frisa a importância do evento para toda a comunidade do Vale do São Francisco. “Será um momento de reflexão sobre políticas afirmativas e ações de combate ao racismo, no qual os participantes poderão apresentar sugestões e opiniões sobre como lidar com essas questões”, diz.
Almeida explica que o objetivo é coletar as demandas da sociedade civil para o combate ao racismo. As ações propostas durante as discussões irão contribuir para a elaboração do plano de trabalho da CPAA para os próximos meses.
A Audiência Pública, que acontecerá no primeiro dia do semestre letivo 2018.1, também irá debater sobre o acesso de pessoas negras ao ensino superior. “Tratar deste assunto no dia em que as aulas iniciam é uma tentativa de redenção, pois estaremos recebendo nossos calouros e cotistas e o tema nunca foi abordado antes no início do semestre letivo”, analisa.
O professor conta que a ideia da realização do evento surgiu a partir de um episódio de racismo sofrido por um estudante da Univasf no Campus Juazeiro, em novembro do ano passado, durante as ações que marcaram o Novembro Negro na instituição. “O combate ao racismo institucional é uma bandeira que temos levantado, com a realização de trabalhos acadêmicos e eventos. A criação da Coordenação de Políticas de Ações Afirmativas é fruto destas reflexões que vêm sendo feitas nos últimos oito anos”, observa Almeida.
Ascom