O momento da descoberta da gravidez, geralmente, é um dos momentos mais felizes da vida de um casal. Depois da confirmação é hora de realizar o pré-natal, montar o enxoval e segurar a ansiedade pela espera dos nove meses de gestação. Seria bom se essa fosse uma regra geral e que todas as mulheres chegassem às 40 semanas, parissem e tivessem alta após 24 ou 48h com os seus bebês no colo. Para algumas mamães essa cronologia pode ser bem diferente.
Isabela Luiza Araújo de Oliveira, de apenas 23 anos, sabe bem disso. A primeira gestação ocorreu de acordo com o previsto e hoje o Diego Otávio tem quatro anos. Já na segunda, o caso foi bem diferente. As primeiras complicações começaram com o aparecimento de um quadro hipertensivo. Do pré-natal feito no município de Jaguarari ela foi encaminhada ao Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina para o acompanhamento no alto risco. Mesmo com plano de saúde ela foi orientada a procurar o HDM, já que um possível parto prematuro não teria cobertura pela empresa, que não dispõe na região de UTI obstétrica e neonatal.
A hipertensão é o problema de saúde mais comum nas grávidas, estando presente em cerca de 10 a 15% das gestantes. Entretanto, apenas um pequeno percentual desse grupo evolui para um quadro de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Esse foi justamente o caso de Isabela. Às 28 semanas de gestação ela convulsionou duas vezes e a equipe médica do HDM decidiu que era o momento de interromper a gravidez, visando a segurança da mãe e do bebê.
“Eles me explicaram tudo, inclusive sobre os riscos. E foi essa assistência e a quantidade de informações que me deixaram segura. Fui bem tratada desde o primeiro momento que entrei no hospital”, ressalta Isabela. No mesmo dia à noite, Maria de Laura Oliveira Gonçalves nasceu, pesando apenas 1,240Kg. E esse era apenas o começo da luta pela sobrevivência de mãe e filha. Isabela passou quatro dias na UTI e Laura seguiu direto para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). Isabela teve alta antes da filha e pôde acompanhar de perto a condução do caso de Laura.
A pequena guerreira, nos primeiros dias de vida, perdeu mais de 10% do peso corporal (que é o esperado) e chegou a pesar apenas 860g. Teve que passar muitos dias no oxigênio pela perda de saturação, teve vários quadros de apneia, chegando a ter que ser reanimada algumas vezes, mas lutou e sobreviveu. “Foram momentos muito difíceis. Mas Deus e a equipe do Dom Malan salvaram a minha vida e a vida da minha filha. Somos prova viva de que o hospital faz o possível e o impossível pelos seus pacientes. Sou extremamente grata a todos”, afirma.
Após dois meses e quatro dias, mãe e filha tiveram alta, após passarem por vários setores do hospital, incluindo o Alojamento Canguru e Biama. Na tarde desta quarta-feira (13), elas fizeram mais uma visita ao hospital para realização do mapeamento de retina, quando Isabela fez questão de deixar o seu relato. “Já fizemos o teste da orelhinha, a ultrassom transfontanelear e agora o mapeamento. Nós não ficamos com nenhuma sequela e isso eu devo a toda a equipe que nos acompanhou”, disse em agradecimento.
Hoje, pela idade cronológica Laura tem 5 dias e pela idade corrigida 2 meses e 24 dias de nascida. Ela está pesando 2,430Kg e faz a puericultura (área da pediatria que acompanha o desenvolvimento do bebê) no Hospital Dom Malan.
Ascom