Lançado oficialmente como pré-candidato à presidência da República, o líder do MTST, Guilherme Boulos, destacou que o primeiro compromisso da candidatura será “revogar as medidas desse governo corrupto”. “Temos o desafio de enfrentar o golpe e tirar o país das mãos dessa quadrilha do Temer”, completou. Boulos pediu ainda a liberdade do ex-presidente Lula em seu discurso.
“O que está acontecendo aqui hoje é a maior expressão de que pra chegar em lugar diferente precisa fazer de outro jeito. A partir de uma aliança inédita de partidos políticos com movimentos sociais. O que a gente tem visto andando pelo país é que nossa aliança está sendo capaz de realimentar a esperança nas pessoas”, discursou ainda.
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BRASÍLIA (Reuters) – O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, teve sua candidatura à Presidência da República pelo PSOL homologada neste sábado, buscando firmar o discurso de aliança das esquerdas contra a retirada de direitos sociais e o projeto que chama de golpista nas eleições.
A liderança indígena Sônia Guajajara foi confirmada como vice-presidente na chapa, embora o PSOL tenha optado por indicá-la como “copresidenta” em suas plataformas sociais.
Boulos, que propõe o aumento do investimento público no país em contraposição ao ajuste fiscal, também defende a realização de uma reforma tributária progressiva e maior atuação dos bancos públicos para calibrar os juros cobrados aos consumidores.
Em falas públicas, o candidato de 36 anos tem pregado uma eventual união no segundo turno do que ele chamou de “campo progressista” para derrotar os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff. Também tem se posicionado em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que diz ter sido alvo de uma injustiça.
Condenado em segunda instância no processo do tríplex, o ex-presidente, que está preso, corre o risco de ser barrado de concorrer nas eleições de outubro.
Paulista e filho de dois médicos e professores da Universidade de São Paulo (USP), Boulos se formou em Filosofia na mesma instituição. Após dar aulas na rede pública de ensino estadual, ele deixou a casa dos pais e mudou-se para a Ocupação Carlos Lamarca, do MTST, em Osasco, grande São Paulo.
Segundo informações no site do PSOL, o MTST está presente hoje em 14 Estados do país, tendo realizado mais de 60 ocupações.
Por Marcela Ayres (247)