O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,um dos articuladores do golpe contra Dilma Roussef e que viu seu partido ser quase dizimado em consequência do ataque à democracia, agora ensaia apoiar o PT num eventual segundo turno contra o candidato fascista Jair Bolsonaro. Em entrevista à rádio Jovem Pan, uma das mais estridentes vozes do golpe em São Paulo, FHC admitiu: “Espero que o PSDB vá para o segundo turno e acho que o PT espera a mesma coisa, mas dependendo das circunstâncias, eu não teria nenhuma objeção a isso”, disse ele em referência a uma frente contra Bolsonaro. Como líder tucano, ele não descarta a hipótese de Alckmin estar no segundo turno. Mas, nos bastidores, Fernando Henrique já jogou a toalha.
Alckmin continua atolado ao redor de de 5% do eleitorado. Pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada no final do mês passado, apontou o tucano em quarto lugar, com 4%, empatado com a ex-senadora Marina Silva (Rede). Lula ficou em primeiro, com 41%, seguido por Bolsonaro (12%) e pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 5%. (veja mais aqui). Em seu reduto eleitoral, o estado de São Paulo, ele não passa do terceiro lugar, atrás de Lula e Bolsonaro.
FHC disse que não vê com bons olhos a polarização entre PT e PSDB: “Eu acho bom mesmo é ter mais abertura, discutir, variar. Democracia é assim, eu não sou favorável a um estado de beligerância permanente”. A frase é defasada, pois com o desmantelamento tucano, a polarização está encerrada e hoje o país está dividido não mais entre PT e PSDB, mas entre PT e Bolsonaro.
O ex-presidente também afirmou que o PT está “fazendo um esforço de divulgação da proposta do partido e do próprio ex-presidente Lula”, mas que o PT sabe “que o resultado vai ser o que a lei manda. É inelegível, não tem jeito”, acrescentou; enquanto FHC concedia a entrevista, nesta quarta (15), milhares de pessoas registravam a candidatura de Lula no TSE.
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