Um eleitor do Paraná que filmou o momento em que votava no candidato de extrema direita à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), com o cano de uma pistola, foi alvo de uma operação deflagrada nesta quarta-feira (10) pela Polícia Federal para combater crimes eleitorais. A polícia também investiga outros casos em Sergipe e São Paulo. No Paraná, os agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão, enquanto nos demais estados foram lavrados dois Termos Circunstanciados de Ocorrência pelos crimes de incitação ao ódio ou incitação de crimes contra candidatos.
A atitude de fotografar e filmar a cabine de votação, e ainda portando armas, foi uma resposta dos apoiadores de Bolsonaro a um apelo de seu filho, Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal pelo PSL, para que os eleitores de seu pai gravassem vídeos e fizessem fotos dos locais de votação, o que constituiu crime eleitoral. A Lei Eleitoral 4737/65 proíbe que se tire qualquer tipo de foto ou grave vídeos durante a votação, incluindo fotos da urna ou selfies na cabine de votação.
Enquanto no caso paranaense o eleitor filmou o momento em que confirmava o voto em Jair Bolsonaro com o cano de uma arma, o caso de São Paulo diz respeito a um apoiador da candidatura de extrema direita que gravou um vídeo afirmando que quem não vota no candidato do PSL merece que ser estuprado. Em Sergipe, um eleitor gravou vídeo onde aparece incitando o homicídio de Bolsonaro.
De acordo com a PF, os suspeitos deverão responder pelos crimes de violação de sigilo do voto e porte ilegal de arma, no caso do Paraná, e pela incitação de crime contra candidatos, nos casos de Sergipe e São Paulo. (247)