A sombra política que se avizinha do horizonte brasileiro é de tal dimensão que o STF (Supremo Tribunal Federal) já se mobiliza para preservar os direitos conquistados há muito tempo por negros, gays e mulheres, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Ministros anteveem a possibilidade de retrocesso em diversos temas. A situação é tão extrema e enseja tanta apreensão que correntes historicamente contrárias dentro da corte estão, pela primeira vez, unindo-se para resistir às pressões vindas de vários lugares – e que encontram eco no novo governo.
Bergamo destacou a posição do ministro Luís Roberto Barroso: “O ministro Luís Roberto Barroso é um dos primeiros a externalizar a convicção. ‘O Supremo pode ter estado dividido em relação ao enfrentamento da corrupção. Muitos laços históricos difíceis de se desfazerem, infelizmente. Mas em relação à proteção dos direitos fundamentais, ele sempre esteve unido’.”
O ministro prossegue e diz que sempre houve consenso no tribunal “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”.
Barroso conclui: “aliás, esse episódio envolvendo a proibição de manifestação em universidades já sinalizou isso. Por essa razão, não creio que haverá retrocesso”. (247)