Um dos principais articuladores do golpe de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff, Michel Temer (MDB-SP) tornou-se réu nesta quinta-feira (18) por corrupção passiva.
A ação penal está relacionada à mala de R$ 500 mil em propina da J&F endereçada a Temer, que foi recebida em uma pizzaria em São Paulo pelo seu ex-assessor, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), que também virou réu na mesma ação.
Segundo informações da Globonews, a denúncia do Ministério Público Federal foi aceita pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal. A acusação já havia sido feita em 2017, mas Michel Temer, no exercício da Presidência da República, conseguiu que o Congresso barrasse a autorização da ação penal.
É a primeira vez que Temer se torna réu pelo crime de corrupção – apesar de ter sido preso na semana passada por ordem da Justiça Federal do Rio, ele ainda não foi denunciado no caso que envolve a empresa Engevix.
A ação, movida com base na delação premiada do grupo J&F e do empresário Joesley Batista, acusa o emedebista de ser o beneficiário de um acerto de propina entre Joesley e Rocha Loures. Em meio a este acerto, a Polícia Federal filmou o recebimento, por Rocha Loures, de uma mala contendo R$ 500 mil como pagamento inicial da propina. Os repasses seriam periódicos e poderiam chegar a R$ 38 milhões. Rocha Loures é apontado na denúncia como o intermediário, ou longa manus, de Michel Temer no recebimento da propina. (247)