Da Folha de S. Paulo – Preso e depois delator da Operação Lava Jato, o operador financeiro Adir Assad, afirma que levou milhões de reais para o GRUPO SÍLVIO SANTOS que comanda o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Segundo Adir, o envio foi feito por meio de contratos fraudados de patrocínio esportivo. As informações estão em anexo ao seu acordo de delação premiada firmado com procuradores da Lava Jato.
O depoimento do delator foi compartilhado entre procuradores do Ministério Público Federal por meio do aplicativo de mensagens, Telegram. Nos relatos compartilhados, adquiridos pelo site The Intercept Brasil, analisados pela Folha, Assad não menciona especificamente o apresentador Sílvio Santos, mas aponta como um dos contatos no grupo, o sobrinho dele, Daniel Abravanel e o uso da empresa que comercializa a Tele Sena.
O esquema funcionou em duas épocas distintas, segundo afirmou o operador enquanto negociava sua delação. No fim dos anos de 1990 com contratos de patrocínio para pilotos da Fórmula Indy, contatos mantidos com Guilherme Stoliar, hoje presidente do Grupo Sílvio Santos. Essa operação estimou em R$ 10 milhões e o delator não soube dizer para que seria o recurso, especificamente.
Os pilotos não tinham conhecimento da operação irregular, apenas viabilizavam os espaços para publicidade. O irmão de Assad, Samir que trabalhava com ele, confirmou as declarações do operador financeiro.
Na segunda fase, em meados dos anos 200, a finalidade era patrocínios para a Fórmula Truck. Assad disse que transferia aos desportistas, uma pequena parte de valores contratados, o resto era destinado ao SBT.
A Liderança Capitalização que administra a Tele Sena, pagou ao menos R$ 19 milhões a uma das firmas do operador Adir Assad, a Rcok Star, entre os anos de 2006 e 2001, diz o delator em depoimento elaborado para a confirmação da delação premiada.
O capítulo que trata do Grupo Sílvio Santos na delação foi enviado a Justiça Federal de São Paulo quem caberá realizar as investigações. Outros detalhes do caso e investigações, permanecem sob sigilo. O delator prometeu apresentar provas, documentos, troca de e-mails da época, para confirmar a delação.
O modelo de patrocínico para eventos automobilísticos é o mesmo relatado por outros delatores da Operação Lava Jato como os executivos da UTC e Carioca Engenharia que em 2014 acusaram Assad de operar dessa maneira.
O delator que assumir a irregularidade, admitiu que não sabia o que os clientes faziam com o dinheiro após ele repassar os valores. Adir se definiu como ‘gerador de caixa’ para grandes empresários brasileiros, principalmente, empreiteiros.
OUTRO LADO
Ao entrar em contato com os dirigentes do Grupo Sílvio Santos, a Folha recebeu apenas a informação que o grupo só iria responder qualquer tipo de acusações quando tomasse conhecimento do depoimentos de Adir Assad.
“Aproveitamento para enfatizar que as empresas do GSS sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais”.
