G20 promete conter mudanças climáticas, mas falta consenso

Por Ricardo Banana
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Prazo final para que os países zerem a emissão de gases de efeito estufa e alcancem a neutralidade de carbono é um empecilho.

A reunião de cúpula do G20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia —, que aconteceu em Roma, no último fim de semana, ficou marcada pelas tentativas das nações que compõem o bloco em firmar compromissos para reduzir o índice de poluição da atmosfera e controlar o aquecimento global, mas as promessas firmadas no encontro não foram consenso entre todos os países.

Na declaração final da reunião, os líderes do G20 estabeleceram o compromisso de zerar as emissões líquidas globais de gases de efeito estufa e alcançar a neutralidade de carbono “por volta da metade do século”. Há a promessa de parte dos países do grupo em cumprir esses dois objetivos até 2050, como é o caso do Brasil, mas outras nações do G20 pedem pelo menos mais 10 anos para se livrar dos poluentes, a exemplo de China e Rússia.

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anfitrião do encontro deste ano, disse que a divergência entre as nações não é um problema tão grave. Segundo ele, o importante é que todos os membros do grupo, pela primeira vez, definiram um marco temporal para cumprir as promessas, por mais que ele seja vago.

“Não é um compromisso específico, de que será exatamente em 2050. Mas, antes, não havia compromisso algum. Havia um discurso de ‘talvez, antes do fim do século’. Agora, esse discurso é completo de esperança. É claro que há ajustes e mudanças no papel, mas, gradualmente, as coisas acontecem. Lentamente, vamos chegar lá”, destacou Draghi, em entrevista coletiva ao fim do encontro.

O primeiro-ministro disse que tentou ouvir os motivos de cada um dos países que não se comprometeram em alcançar os objetivos até 2050 e evitou polemizar. “O fato de que alguns países estão relutantes em mudar… Eles têm razões por trás disso. Nós ouvimos e entendemos o ponto de vista dos outros, mas mantivemos vivas as nossas ambições e compartilhamos com eles. Se nós entrarmos nessa briga de clima, não vamos a lugar algum”, frisou.

(Texto R7).

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