Em Berlim, Bruxelas, Madrid ou Paris, onde foi recebido com honras no Palácio do Eliseu, Lula cultivou sua posição de líder global. Um ano antes da eleição presidencial no Brasil, ele é uma alternativa a Jair Bolsonaro, diz o Le Monde, um dos principais jornais da França.
Um dos principais jornais da França, Le Monde, destaca o sucesso do giro europeu de Lula. A reportagem assinala que Lula foi recebido na quarta-feira (17) no Palácio do Eliseu como chefe de Estado pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
“O carismático líder da esquerda brasileira foi recebido com todas as honras no Palácio do Eliseu”, diz Le Monde. Emmanuel Macron “não hesitou em convocar a Guarda Republicana para a ocasião e descer os sete degraus do palácio para receber calorosamente seu ilustre convidado”.
O Palácio do Eliseu, sede da Presidência da República Francesa, classificou o encontro de uma hora entre Macron e Lula como “caloroso” e de “alto nível”.
Como dois chefes de Estado intercambiando opiniões, eles abordaram no encontro temas sensíveis como clima, Amazônia, América Latina, Europa, globalização, entre outros.
Le Monde destaca que Macron e Lula descobriram que têm interesses mútuos, algo que foi observado por especialistas em política internacional. “Lula e Macron certamente serão candidatos presidenciais no próximo ano em seus respectivos países e cada um deve enfrentar um populista de extrema direita: Jair Bolsonaro no Brasil, e Eric Zemmour ou Marine Le Pen na França. Ao aparecerem juntos, eles mostram que estão engajados na mesma luta pela democracia “, disse Hussein Kalout, professor de relações internacionais da Universidade de Harvard.
O jornal aponta que para Emmanuel Macron, o encontro também foi a oportunidade perfeita para acertar suas contas antigas com Jair Bolsonaro. “O presidente francês jamais digeriu as zombarias e os insultos lançados contra ele (e contra sua esposa) durante a grave crise diplomática de agosto de 2019, que surgiu em meio a incêndios na Amazônia”. Macron chegou a desejar que “o povo brasileiro tenha muito rapidamente um presidente que se comporte à altura” de seu cargo.
(Brasil 247).