Aldo Rebelo critica identitarismo e diz que linguagem neutra “é inaceitável”

Por Ricardo Banana
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Ex-ministro dos governos Lula e Dilma diz que o uso de pronomes como “todes” e “todxs” importa uma agenda que interessa às grandes corporações e fragmenta as sociedades nacionais.

O ex-ministro Aldo Rebelo, que atuou nos governos Lula e Dilma, participou de um evento com militares em que criticou duramente a cultura Woke (que defende posturas associadas ao politicamente correto), o identitarismo e linguagem neutra, que utiliza pronomes como “todes” e “todxs”. Rebelo participou de evento no instituto instituto do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas na última sexta-feira (19), em debate mediado por Alexandre Garcia e do qual participou também o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro.

Segundo ele, a linguagem neutra é inaceitável, um “atentado à sociedade nacional”, e que se trata da tentativa de criar outra língua, inventar palavras para “impor à sociedade uma outra forma de expressão da cultura”, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.

“É algo importado. Não é linguagem neutra, o que estão querendo impor é outra língua”, disse. “O que estão querendo fazer não é o uso das palavras existentes. É a criação de uma outra língua, de um outro idioma, porque estão inventando palavras que não existem na língua portuguesa. Não é o problema do gênero, é a tradição, a cultura”, afirmou.

Aldo lembrou ainda que a cultura Woke interessa às grandes corporações. “Aqui no Brasil, essa agenda tomou conta do mercado, pelas corporações que estão nisso, da mídia, de certa forma o Legislativo vai entrando nisso e o Judiciário nem se fala”, disse. Rebelo afirmou ainda que o país mergulhou em um processo de desorientação quando a agenda do crescimento perdeu sentido diante da “agenda identitária e da guerra cultural”.

“Em 2011, 12, 13, 14, o Brasil mergulhou naquele movimento ‘Não Vai Ter Copa’, de sabotagem contra o Brasil, com setores desorientados da política, de tudo quanto é tendência. Nas ruas, um movimento pesado, difícil, e o país mergulha em um certo processo de desorientação, a agenda do desenvolvimento e do crescimento perde um pouco sentido em função de outras agendas: a agenda identitária, a agenda da guerra cultural, a agenda da fragmentação”, disse ele. Ele ainda afirmou que o Brasil é uma nação “essencialmente mestiça” e estão tentando transformá-lo em um país “de pretos e brancos”.

“Essa é a nossa marca, a miscigenção. Agora querem transformar em um país de pretos e brancos. Acho uma coisa criminosa, inaceitável, imposta de fora para dentro, financiada de fora. Porque se o Brasil chegar à conclusão de que somos um país dividido entre africanos e europeus, nós vamos ter que reconhecer que passamos 500 anos errados, equivocados. E que tudo aquilo que o Gilberto Freyre e o Darcy Ribeiro falaram do povo brasileio, do mestiço que é bom, estava errado. É isso que querem nos impor”, argumentou Rabelo.

(Brasil 247).

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