“A questão de Pernambuco está resolvida”, diz Humberto Costa. “Só teremos candidato do PT se houver ruptura nacional com PSB”

Por Ricardo Banana
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Senador do PT e maior liderança no diretório pernambucano, ele reafirma que partido escolherá nome ao Senado para formar chapa com Danilo Cabral (PSB)

“Eu desejo que essa Federação surja. A nossa avaliação é de que se nós tivermos esses quatro partidos unidos (PT, PSB, PCdoB e PV), poderemos eleger uma bancada de 130 a 140 deputados”, disse o senador pernambucano Humberto Costa, ao programa Sua Excelência, O Fato, transmitido ao vivo pela TV 247 na manhã da última 5ª feira, 24 de fevereiro. E prosseguiu, explicando a importância de uma bancada com esse patamar inicial de deputados federais respondendo à liderança de um novo governo no Palácio do Planalto.”isso daria ao presidente Lula, se ele vencer a eleição, uma base mínima para constituir uma maioria na Câmara dos Deputados que prescindiria dessa negociações intermináveis com vinte, vinte e cinco partidos para poder montar um governo”.

Humberto só enxerga vantagens em iniciar um novo mandato do ex-presidente Lula com base parlamentar mais alentada. “Ele não fica se submetendo a partidos que não guardam quase nenhuma referência ideológica comum conosco”, assinalou. “Eu defendo, espero mesmo, que o PSB chegue para essa Federação.

Mas, também, se não chegar, nós teremos uma coligação nacional”, ponderou, abrindo a porta para uma possibilidade de o PSB coligar nacionalmente com uma Federação partidária formada por PT, PV e PCdoB e que teria Lula como candidato a presidente da República e Geraldo Alckmin a vice.

“Pelo menos é isso o que tem sido dito pelo presidente nacional do PSB”, sublinhou o senador pernambucano. E seguiu: “… e foi dito aqui no Recife na 2ª feira (21 de fevereiro), quando do lançamento do pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral. Foi dito ainda pelo próprio Prefeito do Recife, João Campos. O prefeito, ele próprio, disse que o apoio a Lula estava selado. Se não for pela Federação, pela coligação nós teremos esse apoio”. 

De acordo com Costa, “isso coloca o ‘caso Pernambuco’ como uma questão já resolvida. A possibilidade de nós termos uma candidatura colocada pelo PT só ocorre se tivermos uma ruptura entre PT e PSB a nível nacional, se não houver a coligação”. Ele ainda pondera: “Mas, havendo a coligação, o cenário está definido. Nós estamos apresentando a nossa demanda da vaga para o Senado. Vamos decidir entre os nossos quadros quem vai ocupar esse espaço. A questão de Pernambuco está resolvida.”

“O problema da Paraíba, com a entrada do governador no PSB (egresso do Cidadania), e o do Espírito Santo, se o governador Renato Casagrande continuar no PSB, podem ser argumentos fortes para a não consumação da Federação”, ponderou Humberto Costa no programa cuja íntegra está disponível no fim deste texto.

“O PT está colocando a pré-candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho ao Senado, e uma união dele com o atual governador é algo impensável hoje. Esta entrada do governador no PSB, com o objetivo de ter um palanque com o presidente Lula na Paraíba, complica a Federação”, disse.

Em relação ao palanque capixaba, o senador petista foi bastante ácido em relação àquilo que o governador Renato Casagrande (PSB) deseja. “No Espírito Santo, o governador Casagrande não quer o apoio do PT nem do Lula, não apoia Lula, não aceita o PT na sua chapa e a única coisa que quer é que o PT não tenha candidato”, respondeu ironicamente a uma pergunda da bancada. “Então, é um cenário muito difícil para aceitarmos. É por coisas assim que a Federação corre o risco de existir, sem contar com a participação do PSB”.

(Brasil 247).

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