Fator de risco para diversas doenças, a obesidade, quando ocorre durante a infância, pode se tornar ainda mais perigosa. O Atlas Mundial da Obesidade estima que o Brasil pode ter até um terço das crianças vivendo com obesidade em 2035. Por isso, para alertar a população, é celebrado, no próximo dia 3 de junho, o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. Nutricionista do SESI Saúde, Lídia Bandeira recomenda que a família e a escola estejam atentas à alimentação das crianças e orienta para que o momento do lanche funcione para estimular um hábito alimentar mais saudável na infância.
“A obesidade é uma doença multicausal e, na infância, está mais relacionada a fatores genéticos e hormonais, mas está bem mais vinculada às causas, ao ambiente em que essa criança está sendo criada e, principalmente, à má alimentação e ao sedentarismo”, explica Lídia Bandeira, complementando que uma criança é considerada obesa quando atinge o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. “Esse IMC é visto e acompanhado por meio das curvas de crescimento, do desenvolvimento infantil”.
A profissional de saúde orienta que, para uma lancheira ser considerada saudável, é preciso conter porções de carboidrato, proteína ou laticínio e de fonte de fibras. No entanto, ela aponta que, geralmente, a hora do lanche nas escolas acaba sendo um momento de maior consumo de industrializados. “Até pela praticidade por parte dos pais, que veem nas prateleiras biscoitos recheados, sucos artificiais e salgadinhos. Isso facilita. Mas é preciso encontrar um equilíbrio entre o que a criança gosta de comer e o que ela precisa comer”, pontua.
Para isso, a nutricionista recomenda fazer substituições. “O ideal é priorizar alimentos mais naturais. Por exemplo, se a criança gostar de salgadinhos, tentar trocar por pipoca caseira, aquela de panela. Optar por sucos 100% da fruta ou pela própria fruta, que acaba sendo mais prático, pois é só colocar na lancheira e, ao invés de biscoitos recheados, cookies integrais”, sugere, destacando a importância de observar e ler sempre o rótulo da embalagem. “Muitos produtos são basicamente feitos de corante e açúcar”.
Fator de risco para outras doenças, Lídia destaca que a obesidade infantil aumenta a chance de desenvolver hipertensão, diabetes ou problemas no fígado. “Ainda têm as questões comportamentais: crianças obesas têm uma tendência maior a ter depressão, devido ao isolamento social, pois, geralmente, se sentem mais envergonhadas ou sofrem bullying. Dependendo do nível de obesidade, pode causar problemas de coluna ou deformação óssea por conta do excesso de peso”, elenca, destacando que a criança também pode desenvolver anorexia ao tentar controlar o peso, o que acaba causando esses transtornos alimentares.