SALGUEIRO Com pouco mais de um século e meio, a trajetória da comunidade católica de Salgueiro, no Sertão Central, até a chegada de sua Diocese, ganha seu resgate histórico e documental com o lançamento do livro Memórias da Paróquia de Santo Antônio (1843-2010) de autoria da educadora, ex-prefeita e deputada federal Cleuza Pereira. A obra será lançado neste sábado (10) a partir das 20h na praça da catedral após as celebrações das trezenas alusivas ao padroeiro da cidade que prosseguem até o dia 13.
Ao longo de mais de 180 páginas do livro que tem prefácio assinado pelo primeiro bispo da Diocese local, Dom Magnus Henrique, a autora expõe de forma linear e crescente a história católica do município a partir dos traços biográficos do Padre Antônio Joaquim Soares, natural de Minas Gerais, primeiro Vigário de Salgueiro, conforme registro documental. Em 1846, o religioso veio a ser nomeado como Vigário da nova freguesia.
“Esse é o fruto da primeira incursão literária de Cleuza Pereira professora, catequista e primeira mulher eleita prefeita na região. Agora nos presenteia com esta obra das memórias da Paróquia de Santo Antônio, para a qual fui gentilmente convidado a prefaciar. É um registro para nós e para as futuras gerações do que aqui vivemos, ouvimos e vimos, além disso, um passado e um presente do qual nos orgulhamos, porque foi vivido e construído sob o alicerce da fé”, endossa dom Magnus Henrique.
Escrito após vários anos de pesquisa incluindo consultas a documentos oficiais, públicos e particulares, Cleuza Pereira, lança luz sobre uma históia de fé que nasceu à sombra de um pé de Salgueiro e, ainda segundo o bispo, é sobretudo, um registro afetivo de recortes icônicos da história da cidade criada a partir de um milagre de seu povo a partir das lutas, conquistas e fidelidade ao sonho de ser um dia, elevada à condição de Sé Diocesana, o que aconteceu em 2010.
A autora ressalta que para além das pesquisas os fatos narrados vão até a reconfiguração da divisão da Paróquia de Santo Antônio. “Embora imperfeito, estou satisfeita com este modesto trabalho, pois muita coisa que talvez caísse no esquecimento agora poderá ser revista em rodas de estudo, em conversações saudosas ou questionada, orações e tudo mais que Deus motivar’, justifica Cleuza na apresentação.
Cada capítulo do livro interliga suas histórias, passagens e personagens que ajudaram a construir o papel da Igreja católica no horizonte paroquial da comunidade. Em suas narrativas costuradas no horizonte da linha do tempo ao longo de 167 anos, o livro faz a ponte histórica também do período eu que Salgueiro foi incorporado à Diocese de Petrolina, lembra a passagem dos padres da Congregação Sagrado Coração de Jesus, a era de padre Domingos e toda mobilização do Congresso Eucarístico Paroquial e os fatos relacionados ao período católico.
A instalação das capelas de Nossa Senhora Aparecida, Santa Margarida e do Divino Espírito Santo também ganham suas páginas. Outro capítulo relembra a trajetória dos padres Manuel Garcia e José Maria, que assassinado na década de 1990 e a repercussão do episódio.
A era das histórias do período Guaneliano e os apostolados da Oração, Ordem Terceira de São Francisco, Pastoral Rural e Vocacional reforçam as memórias da paróquia. A autora resgata ainda a importância do apostolado Mariano, movimento Vicentino e das pastorais da família, criança, litúrgica e carcerária.
Outro ponto alto abordado na obra é o anúncio da Diocese até a chegada de Dom Magnus. A venda do livro será revertida de forma colaborativa com objetivo de contribuir financeiramente na construção da Catedral de Salgueiro.