Ancestralidade é indicadora de risco para câncer de mama, mostra estudo

Por Ricardo Banana
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A ancestralidade, seja europeia, africana, asiática ou indígena, é um conhecido fator para prever o tipo de câncer de mama mais provável de ocorrer em uma certa população. No entanto, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.

Essa foi a conclusão de um estudo publicado na revista Clinical Breast Cancer por pesquisadores do Hospital de Amor, antigamente conhecido como Hospital do Câncer de Barretos.

O grupo realizou a primeira avaliação de ancestralidade de pacientes com câncer de mama, nos distintos subtipos moleculares, com base em marcadores genéticos de ancestralidade especialmente selecionados para a população geral brasileira. Esse tipo de análise é importante para definir se a frequência desses subtipos de tumores se associa com a ancestralidade genética das pacientes.

“Os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”, esclarece René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do Hospital de Amor e um dos coordenadores do estudo, financiado pela FAPESP.

Ele divide a primeira autoria do trabalho com Débora Sant’Anna, que teve bolsa de treinamento técnico da FAPESP.

No estudo, realizado em mais de mil pacientes com câncer de mama de diferentes regiões do país, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta Rui Manuel Reis, coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) da mesma instituição.

Com informações da Revista Gallileu

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