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Como responsável pelas políticas públicas estaduais dos Bens Culturais – materiais e intangíveis – e dos Museus em todo o Estado, o Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (IPAC), da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), lança a programação comemorativa do NOVEMBRO NEGRO, mês da Consciência Negra. Instituído em âmbito nacional por meio da Lei nº 12.519, em 2011, a data de 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, fazendo referência quando o quilombola Zumbi teria sido capturado e morto em 1695. Zumbi foi líder do Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, considerado o maior quilombo da história do Brasil. Assim, Zumbi se tornou símbolo da luta e da resistência dos negros ao regime escravocrata e contra o racismo.
Políticas Públicas
De acordo com a diretora do IPAC, Luciana Mandelli, para aprimorar o desempenho da autarquia, realiza-se um esforço para inserir agora a Bahia nos Sistemas Nacionais de Patrimônio e no de Museus, para também beneficiar o Estado nos programas e nos orçamentos públicos, estadual e federal, além de buscar planejamento mais apurado e resultados efetivos para as políticas públicas patrimoniais e museais.
“O Sistema Nacional do Patrimônio Cultural (SNPC) integra meta do Plano Nacional de Cultura (PNC) e é coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com objetivo de implementar a gestão compartilhada do Patrimônio Cultural, visando a otimização de recursos humanos e financeiros para sua efetiva proteção”, diz Luciana. Ela esclarece que o Sistema também permite aprimorar a política de preservação, com regulamentações, princípios e regras, assim como, com a criação de financiamentos que fortaleçam as instituições, estruture o sistema e consolide as execuções.
“O mesmo se dá com o Sistema Brasileiro de Museus (SBM), criado pela Lei nº11.904/2009 e o Decreto nº8.124/2013, que objetiva a coordenação, articulação, mediação, qualificação e cooperação entre os museus brasileiros”, explica a diretora do IPAC. Segundo Luciana, finalmente agora o IPAC entrou num edital do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) para cadastrar a Bahia no SBM. “Estamos preparando um decreto para o governador assinar, instituindo o Sistema estadual”, conclui.
Baianas, samba de roda, afoxé, Santa Bárbara e conferências
Dentre os bens culturais patrimonializados, o IPAC comemora no Novembro Negro o Dia Nacional das Baianas do Acarajé e o Dia Nacional do Samba de Roda, no dia 25, e o Dia Municipal do Afoxé (30). O Ipac também apoia financeiramente a Festa de Santa Bárbara 2023, preparada em novembro e festejada no dia 4 de dezembro, registrada pelo órgão como Patrimônio da Bahia desde 2008.
Em parceria com o Iphan, o Ipac realizará no dia 24, um Seminário do Ofício das Baianas e apresentará a Revalidação do Ofício, lançando o novo Caderno ‘Ofício das Baianas de Acarajé’, publicação especializada sobre este bem cultural intangível que inclui proteção para a indumentária, adereços, tabuleiro e todos os quitutes típicos, como o acarajé. O ofício das baianas foi registrado via Ipac como Patrimônio da Bahia desde 2012.
“Já estamos realizando ainda as reuniões preliminares para preparar as Conferências Setoriais de Patrimônio e de Museus que devem acontecer nos dias 24 e 25 de novembro, que estarão subsidiando, por sua vez, a Conferência Estadual de Cultura da Bahia, que acontece entre 6 e 8 de dezembro, em Feira de Santana”, complementa a diretora do IPAC.
Terreiros de candomblé e quilombos
A equipe da autarquia está implantando igualmente no Novembro Negro um grupo de trabalho para os terreiros de candomblé protegidos pelo órgão através de tombamentos e registros. A proposta é elaborar Planos de Preservação e de Salvaguarda dos terreiros patrimonializados e atuar como núcleo de diálogo entre a comunidade e instituições públicas, trazendo demandas de outros terreiros tutelados provisoriamente ou com interesse em proteção, dentre outras questões relevantes.
“No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, anunciaremos a portaria para a criação de grupo de trabalho para analisar ‘Áreas Remanescentes de Quilombos na Bahia’, traçando uma política pública de tombamento e registro para proteger esses remanescentes da história afrodescendente do Brasil”, relata Luciana Mandelli. Esse trabalho do Ipac se unirá aos esforços da Fundação Palmares e do Iphan nessa área, segundo Luciana, como forma de “promover, em diversos âmbitos, a reparação histórica, preservação e valorização dessa cultura afrodescendente”, finaliza.
Museus e suas atrações
Os equipamentos museais do Ipac também estão com programação especial no Novembro Negro: o Museu de Arte Moderna (MAM – Avenida Contorno), o Museu de Arte Contemporânea (MAC – Graça), o Museu de Arte da Bahia (MAB – Corredor da Vitória) e o Solar Ferrão (Pelourinho). Os outros museus do Pelourinho não estarão com atividades já que o Centro Cultural Solar Ferrão que os integra, estará fechado para reformas.
Todas as atrações do Ipac são gratuitas.
Atividades em cada Museu
MAB, MAM e FERRÃO – Hoje (9) e no dia 16, às 15h, o MAB promove o espetáculo ‘Nossos Ancestrais – a maldade em crise’. No dia 20, às 17h e às 19h, no auditório do MAB, acontece apresentação do recital musical da EMUS. No dia 28, no auditório do MAB, acontece o Seminário do ‘PPG Museu Patrimônio, Comunicação e Narrativas contra hegemônicas’, das 10h às 17h. Na biblioteca do MAB, no dia 30, às 15h, a Dra. Maria Inês Barbosa fará palestra com o tema: ‘Por uma Política de Saúde Antirracista’.
Já o MAM promove no dia 11, a partir das 14h, no pátio Pôr do Sol o bem-sucedido projeto ‘DUB no MAM’, apresentando experiências sonoras e uma técnica de mixagem musical que tem as suas origens na Jamaica e seus desdobramentos no Brasil. No dia 15, nas Arcadas do MAM, às 15h, a bailarina negra de fama internacional, Ingrid Silva, lançará os livros ‘A sapatilha que mudou meu mundo’ e ‘A bailarina que pintava suas sapatilhas’. No dia 26, às 16:30h, o MAM apresenta o espetáculo de dança ‘Pequena Princesa Negra’.
No dia 14, haverá a ação ‘Pôr do Sol na Varanda do Solar Ferrão’ (Pelourinho), com participação do cantor Portella Açúcar, para a exposição ‘Brasil Futuro: As formas da Democracia’ que será encerrada no Centro Cultural Solar Ferrão.
Nos dias 28 e 29 de novembro, o Centro Cultural Solar Ferrão (Pelourinho) sediará os ‘Encontros Agridoces – O Ontem é Hoje: Encontros negros para um tempo ancestral’ promovido pelo Portal Umbú. O projeto objetiva reunir histórias negras positivas que buscam incentivar a população preta de Salvador à ocupar novos espaços na sociedade, promovendo o empoderamento e o senso de pertencimento do público a partir de uma reflexão sobre o tornar-se negro numa perspectiva ancestral. Serão mais de 10h de mesas, sendo 100 convidados presenciais por mesa e infinitos que poderão acompanhar online.
MAC – O DJ SET se apresenta o Projeto ‘Afrikadelic’ com a projeção de video mapping por Tuca Side todas as sextas-feiras do mês de novembro no MAC. Nos dias 10 e 24, às 17:30h, o projeto ‘Diálogos de Arte Convida’ recebe, respectivamente, Caetano Dias e Ayrson Heráclito na sala Multiuso/MAC. Dia 14, às 14h, o visitante participa da ‘Experiência Sensorial: Agô’. No dia 19 (domingo), às 16h, acontece a performance ‘Itoju: Instruções para o Cuidado’ com Odun Orimalade (NIGÉRIA) e Lara LKeção da Bahia. No dia 26, às 17h, o Balé Teatro Castro Alves apresenta o espetáculo ‘Você sabia?’.
Segundo Daniel Rangel, curador e diretor do MAC Bahia, a programação especial inaugura ativações calendarizadas. “A partir de agora, teremos a ‘Sexta Eletrônica’, voltada para sets de DJ, entre 19h e 22h; o Sábado Sonoro, voltado para música instrumental e contemporânea em pequenos formatos; e o ‘Lab Performance’, que aos domingos abre espaço para expressões cênicas, transitando entre dança, teatro e artes visuais”, comenta Rangel. Ele complementa que essas pautas são preenchidas por artistas que trabalham com temáticas afro-diaspóricas, diretamente conectadas com a exposição ‘Agô’, carro chefe da programação MAC Bahia.
De terça a domingo, o MAC apresenta o ‘Cine Paredão – Especial Mês da Consciência Negra’, a ‘Mostra Circuitos Compartilhados’ às 18:30. Nas terças e domingos, o público tem as exposições gratuitas ‘Agô’, ‘Muro/Arte Urbana’, ambas das 10h às 22h. Aos sábados, às 15h30, acontece a visita guiada à exposição ‘Agô’. Ainda aos sábados, às 16:30h, o ‘Sábado Sonoro’ com Instrumentais Afrobaianos, e Tedy Santana no dia 11. Já no dia 18, o Grupo de Percussão da UFBA e no dia 25 o show ‘DuOrigem Gilberto e Angelo Santiago’, com participação Mariella Santiago.
Nos domingos, às 16h, o público participa do ‘LAB de Performance do Corpo’. No dia 12, o grupo ‘Tudo em Um’ da Funceb. Já no dia 19, Paula Marinho e Aisha da Escola de Dança/UFBA. Todos os domingos, às 8h, tem o ‘Amanhecer no MAC’ (exceção dia 12, às 9h). Aos sábados e domingos, das 10h às 12h e das 14h às 18h, tem monitoria de Skate. Dia 9, das 14h às 18h, ‘LAB E-ZINE’. Dia 21, das 14h às 19h, o ‘LAB Introdução ao Livecoding visual’. E as exposições continuam: ‘Acervo MAC_Bahia’, ‘Painel interativo Eau vive’ do artista Guillaumit, com visitações de terça a domingo, das 10h às 22h.
O Ipac atua de forma integrada e em articulação com a sociedade e os poderes públicos municipais e federais, na salvaguarda de bens culturais tangíveis e intangíveis, implementando a política pública do patrimônio cultural e de museus no Estado da Bahia. O Ipac foi criado via Lei Nº 2.464, regulamentada pelo Decreto Nº 20.530. O IPAC é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Acesse o site www.ipac.ba.gov.br, instagram @bahiamam e facebook Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia.
Fonte: Ascom/Ipac
Foto: Divulgação