Em crianças, a dengue pode causar desde uma infecção com poucos ou nenhum sintoma até uma doença grave, com hemorragia e difícil tratamento
O mês de fevereiro segue com um crescente número de casos registrados de dengue em todo o País. O aumento nos casos entre as crianças também é preocupante, já que constituem um grupo de risco importante para dengue grave.
Nas crianças pequenas o diagnóstico é desafiador, pois clinicamente apresentam febre e choro, perda do apetite e apatia, sintomas que ocorrem em muitas outras infecções. Também apresentam maior desidratação do que as crianças maiores e adultos, por isso é importantíssimo os pais ficarem atentos aos vômitos, boca seca, choro sem lágrimas e diminuição da diurese.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2024 já são 243 mil casos, contra 65 mil registrados no primeiro mês de 2023. Os números ainda mostram que, no País, ainda em janeiro de 2024, já são mais de 19.800 casos prováveis de dengue em crianças de até 9 anos, mais do que o dobro dos números registrados em 2023, de 8.262 casos; um aumento de 140%.
Sílvia Fonseca, docente do IDOMED, Médica Pediatra, Infectologista e Epidemiologista, informa que repelentes de insetos não são recomendados para bebês, mas as crianças maiores podem utilizar. Os pais devem verificar as informações nas embalagens.
A médica ainda faz um importante alerta: “Os pais precisam ficar muito atentos e observar as crianças. Mesmo que não apresente uma febre alta, mas esteja com olho fundo, boca seca, sem fome, sem sede, muita irritação, já deve ir ao médico, pois a piora é rápida”, explica a médica docente.
Os cuidados necessários para enfrentamento da dengue devem ser coletivos, não apenas por uma família, mas pelo bairro todo. “Não é aceitável que diante dos números sejam encontrados criadouros de mosquitos dentro de casa. Não pode ter água parada dentro de vasos, até mesmo uma tampinha de garrafa pet já pode ser foco do mosquito da dengue, por isso a importância de atenção aos detalhes em todo o imóvel. Telar as janelas também pode ser uma opção”, reforça Sílvia Fonseca.
A dengue é uma doença causada por qualquer um dos quatro sorotipos dos vírus dengue, e é considerada a mais importante arbovirose no mundo. Infelizmente, a incidência no mundo tem aumentado dramaticamente, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) aumentaram em quase 10 vezes nos últimos 20 anos.
“A Medicina está evoluindo cada vez mais e a vacina, agora adotada no Brasil pelo SUS para populações de crianças e jovens de 10 a 14 anos, soa como uma esperança, ao menos para evitarmos hospitalizações e mortes nesta faixa etária”, comenta a epidemiologista.
Em 2023, cerca de 5 milhões de casos com 5.000 mortes foram reportados em 80 países ou territórios na África, Américas, Sudeste Asiático, ilhas do Pacífico e região mediterrânea. Também há relatos de casos de dengue em regiões europeias, principalmente Itália, França e Espanha. A OMS estima que 2,7 a 3 bilhões de pessoas vivam atualmente em áreas onde há transmissão de dengue. No Brasil, em 2023 foram 1094 óbitos relacionados com a dengue.
Atenção aos primeiros sintomas
Febre alta;
Dores musculares;
Náusea e vômito;
Dor de cabeça;
Dor atrás dos olhos;
Manchas vermelhas no corpo.
Sobre o IDOMED
O IDOMED é um grupo que reúne 17 escolas médicas e consolida a tradição de mais de 25 anos de experiência nesse segmento. Está presente em todas as regiões do país, com mais de 8,5 mil alunos e foco em excelência no ensino, aprendizado prático, tecnologia aplicada, desenvolvimento docente e conexão com a carreira médica. O grupo oferece programas de graduação, pós-graduação, especialização e cursos de aperfeiçoamento e atualização, e está entre os líderes na incorporação de tecnologia educacional voltada à formação em Medicina.