Com roteiro e direção de Fernanda Walentina, o curta retrata a vivência de um feirante indígena que se isola após perder sua esposa.
ARAPUÃ é um curta-metragem de ficção, do gênero drama, com duração de 15 min, gravado em Petrolina e em ilhas do Rio São Francisco.
O filme conta a história de Jorge, um feirante que após perder sua esposa, se isola em casa, abandonando sua barraquinha de Arapuã, um remédio natural que aprendeu no território indígena que cresceu. Com a chegada de Mauro, seu neto, ele é obrigado a sair de casa novamente, e a reviver lembranças que tenta fugir há anos.
O conceito visual e narrativo por trás de “Arapuã” nasce de uma jornada pessoal com inspiração autobiográfica. O protagonista Jorge, interpretado por Veronaldo Martins, é baseado no avô da diretora, Seu Luiz. O Mauro, interpretado por Guilherme Alves, premiado como melhor ator no 14º Festival de Cinema de Triunfo com o filme “Mãe” (2023, da diretora Natalia Tavares), traz uma junção dos netos da família. A Ampara, interpretada por Francine Monteiro, é uma homenagem à falecida avó Maria do Amparo. E a personagem Suely, mãe do Mauro, interpretada por Cris Crispim, é inspirada na sua mãe, Ana Cely, e sua tia Lúcia. A homenagem se estende ainda aos avós de consideração, Chico e Maria, que são feirantes.
O projeto conta com a colaboração nos setores de pesquisa do roteiro, figurino e maquiagem do renomado artista visual Jerisson Kelner, um membro da etnia Pankará. Visando assim, lançar luz sobre as narrativas frequentemente omitidas nos livros de história – as histórias dos afro indígenas urbanos do sertão pernambucano. Trazendo o processo de ocultamento da identidade, e explorando também a importância de reconectar-se com as raízes ancestrais.
Este filme não é apenas uma obra de arte, mas também um testemunho e uma chamada à ação para reconhecer, valorizar e preservar as ricas histórias e identidades de nossa terra e de seu povo.
Esse projeto é fruto de um incentivo cultural, e foi aprovado no Edital nº 005/2023 – Produções Audiovisuais, nos termos da Lei Paulo Gustavo – Petrolina-PE.
Conta com o apoio cultural também da Revalle e da Pizzaria D’la Pasta.