A economia de Pernambuco dá sinal de recuperação, com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do que vinha registrando nos últimos anos. No segundo trimestre de 2024, em relação a igual período do ano passado, a alta real foi de 4,1%, enquanto o desempenho do Brasil foi de 3,3%.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (12) pela Secretaria Estadual de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional e pela Agência Condepe/Fidem. Com um crescimento de 22,3%, a agropecuária contribuiu para puxar o avanço do PIB, junto com a indústria (4,4%) e os serviços (2,8%).
“O resultado do PIB foi influenciado pelo bom desempenho da agropecuária, fortemente impulsionada pela pecuária, principalmente, aves e ovos. Mas também houve crescimento em todos os demais segmentos, como bovinos, suínos e leite”, destaca o diretor de Estudos, Pesquisas e Estatística da Condepe/Fidem, Daniel Oliveira Paiva da Silva. Esse movimento, está relacionado ao crescimento do consumo das famílias no País como um todo e seguido por Pernambuco.
Na indústria, o crescimento da energia solar e da eólica puxaram o setor. Além da eletricidade, também tiveram alta os segmentos de gás, água, esgoto e gestão de resíduos. Já no setor de serviços, que concentra mais de 70% do PIB pernambucano, os destaques foram para comércio, atividades imobiliárias e transporte.
Meta é crescer mais do que o Brasil
Com a crise econômica e a pandemia da covid-19, o PIB de Pernambuco ficou estagnado nos últimos anos, ultrapassando poucas vezes a casa de 2% de crescimento. “Pernambuco precisa crescer mais do que o Brasil por muitos anos para voltar a se diferenciar e liderar o Nordeste como uma economia importante. Para isso é necessário juntar esforços do governo e da iniciativa privada”, defende o secretário de Planejamento, Fabrício Marques.
Economista de formação, ele afirma que prefere não fazer projeções sobre a taxa consolidada do PIB para 2024, mas aponta algumas tendências que mostram uma recuperação da economia. Um deles é o investimento do governo estadual, com a retomada de obras de infraestrutura, sobretudo de abastecimento d’ água e estradas, além de programas para reduzir o déficit habitacional e aumentar o número de creches.
“Quando o Estado investe, a economia cresce. Em 2023 foram investidos R$ 1,3 bilhão, para 2024 a expectativa é alcançar R$ 3 bilhões e para o próximo ano a projeção está entre R$ 5 bilhões ou R$ 6 bilhões. Com um PIB de R$ 250 bilhões, o investimento de R$ 5 bilhões representa 2%”, observa Marques.
Emprego como termômetro do PIB
Outro indicativo de que a economia está crescendo, apontado pelo secretário, é a recuperação dos empregos no Estado. Ele aponta que os dados da Caged mostram a criação de 70 mil empregos com carteira assinada entre janeiro e julho deste ano. O número de pessoas com e sem carteira é de 300 mil. A cada trabalhador com carteira assinada em Pernambuco, existem três sem carteira.
“A queda no desemprego está acontecendo, mas o Estado ainda aparece como o segundo o terceiro com maior taxa do Brasil e acima de 10%. Precisamos tirar Pernambuco desse ranking”, enfatiza o secretário.
Resultado do semestre também é bom
No acumulado do primeiro semestre, o PIB de Pernambuco cresceu 3,4%; em relação ao mesmo período do ano passado e registrou desempenho acima do Brasil (2,9%). Setorialmente, mais uma vez, o destaque foi para a agropecuária (19,2%), seguida pela indústria (2,7%) e serviços (2,6%).
Fabrício Marques diz que apesar de a agropecuária representar apenas 5% do PIB de Pernambuco, um crescimento vigoroso, próximo aos 20% como ocorreu, significa um amento de 1 ponto percentual na economia.
O secretário finaliza lembrando a importância do crescimento da economia brasileira para impulsionar o PIB pernambucano. Como um importante polo logístico, o Estado se beneficia da movimentação de cargas provocada pelo maior dinamismo e pelo aumento do consumo das famílias. Mas é como ele diz: Pernambuco precisa consolidar um crescimento acima do nacional por vários anos para se diferenciar.
Com informações: JC Online