Em carta aberta endereçada à população, os médicos plantonistas do Hospital Municipal de Casa Nova (HMCN), no Norte da Bahia, revelaram as dificuldades enfrentadas na unidade e alertam para uma possível paralisação nos atendimentos. O documento, datado de 31 de outubro, expressa a insatisfação com as condições de trabalho e o impacto da situação na qualidade dos serviços de saúde prestados aos mais de 70 mil moradores do município.
Entre os problemas relatados, os médicos destacam atrasos sistemáticos nos pagamentos, falta de insumos essenciais e a ausência de exames e materiais adequados para o atendimento de emergência. Segundo o grupo, o Instituto de Gestão Integrada (IGI) – empresa responsável pela administração do hospital- atribui esses atrasos à prefeitura, o que os obriga a custear multas e juros por conta de suas despesas pessoais. Além disso, mencionam episódios de violência no ambiente de trabalho, incluindo ameaças aos profissionais.
Outro ponto crítico exposto na carta é a falta de insumos básicos, como metoclopramida, usada no tratamento de náuseas e vômitos, e a indisponibilidade de exames como radiografias e análises de função renal, considerados fundamentais para diagnósticos e tratamentos mais precisos. “Nos plantões, quando há exames disponíveis, são, em sua maioria, apenas hemogramas e sumários de urina, muito aquém das necessidades de uma unidade com esse porte”, explicam os médicos.
Além disso, a equipe médica relata tentativas de diálogo com a Secretaria de Saúde do município desde novembro de 2023, mas alegam que, até agora, não foram apresentadas soluções efetivas.
Por fim, os médicos comunicam que, caso a empresa gestora não apresente uma proposta crível para resolver as questões expostas, será realizada uma paralisação dos atendimentos (Confira na íntegra).