Ministro defendeu um debate mais amplo e técnico antes de qualquer alteração no IR
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou avaliou nesta quarta-feira que o projeto de reforma do Imposto de Renda (IR) liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) não deve “trazer os melhores resultados”. A declaração foi feita após o 1º Seminário de Riscos Fiscais, promovido pela Advocacia-Geral da União, em Brasília.— Eu conversei com ele (Renan) quando essa ideia surgiu, no meu gabinete. Ele teve a gentileza de me visitar e eu já expus a opinião da Fazenda Nacional para o senador, mas ele tem mandato e tem toda a liberdade — destacou Haddad.
— Me parece que nós já temos regras suficientes que, se cumpridas, vão trazer as variáveis macroeconômicas para o lugar certo. É que a regra que está sendo proposta, eu penso que não vai trazer os melhores resultados.O ministro defendeu um debate mais amplo e técnico antes de qualquer alteração no IR.
— Isso poderia ser objeto de um seminário para economistas, trazendo profissionais de várias escolas para expor suas opiniões e formularmos algo mais organizado sobre um tema tão importante — sugeriu.
— Eu prefiro discutir isso em um ambiente um pouco mais aberto, com mais tempo, para que possamos tratar do assunto de maneira responsável — concluiu Haddad.
Renan prepara ofensiva para texto alternativo sobre Imposto de Renda
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou que pretende pautar, já na próxima semana, um projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A proposta será votada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida por ele, como alternativa ao texto que tramita na Câmara sob relatoria do deputado Arthur Lira (PP-AL), seu adversário político.
O texto, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), prevê também desconto parcial para contribuintes com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar a perda de arrecadação, cria um imposto de renda mínimo, com alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil.
Renan justifica a ofensiva como forma de pressionar a Câmara, onde a proposta enviada pelo governo Lula — que também eleva a isenção para R$ 5 mil — está parada. Segundo o senador, a tramitação “tem sido lenta de maneira inegável” e é preciso garantir que o tema avance ainda em 2025 para beneficiar trabalhadores e estimular a economia.
Fonte: FolhaPE
