Companhia mudou de nome em outubro; transação não envolveria dinheiro
O governo Lula está em tratativas avançadas com a Axia Energia para que a empresa ceda à União o nome Eletrobras. A informação foi confirmada pelo GLOBO por pessoas familiarizadas com a negociação em andamento no Ministério de Minas e Energia (MME).
Ainda não há definição sobre o destino da marca Eletrobras no MME. Uma das possibilidades seria usar a marca para rebatizar a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), criada em 2021 para assumir os ativos não privatizados da Eletrobras, como as participações nas empresas Itaipu Binacional e Eletronuclear.
Embora no mercado diga-se que o negócio seria uma recompra do nome, fontes do governo negam que esteja na mesa o pagamento de qualquer montante à Axia pela marca Eletrobras. Além disso, as conversas não envolveriam a aquisição de ativos da elétrica para além da marca.
A Eletrobras foi privatizada no governo Bolsonaro, em junho de 2022. No mês passado, mais de três anos depois, a companhia anunciou a mudança de nome para Axia.
Em um comunicado à época, a Axia disse que o nome, de origem grega, significa valor e remete também à ideia de eixo, algo que conecta, sustenta e gera movimento.
Na ocasião, o presidente da companhia, Ivan Monteiro, disse em carta ao mercado que “essa mudança traduz um movimento profundo de transformação que a empresa viveu nos últimos três anos e também seus desafios de negócio”.
“Evoluímos nossa governança, ampliamos investimentos, fortalecemos nossa estrutura e nos reposicionamos para responder a um setor em transição, marcado por novas tecnologias, mudanças regulatórias e novos padrões de consumo”, acrescentou Monteiro.
A Axia soma 44,4 GW de capacidade instalada — o equivalente a mais de um quinto da capacidade de geração total de energia elétrica do Brasil. A empresa tem 82 parques geradores em 20 estados do país e no Distrito Federal. Desses, 47 são usinas hidrelétricas, incluindo Belo Monte e Jirau, em Rondônia, além do Complexo de Paulo Afonso, na Bahia. Há ainda 33 eólicas e uma solar.
Fonte: FolhaPE
