Há quatro anos aguardado o fim dos problemas com esgoto estourado, mau-cheiro e doenças, a população do bairro Dom Avelar e comunidades do entorno estão vendo sua expectativa ser frustrada mais uma vez. Pela segunda-vez, as obras da Bacia do bairro sofrem entraves políticos e o motivo desta vez seria, segundo o vice-presidente do bairro, Rogério Silva, a quebra de contrato entre a prefeitura de Petrolina e a Companhia de Saneamento de Pernambuco, Compesa.
Em entrevista ao programa Nossa Voz da Grande Rio FM nesta terça-feora (13), Silva relatou que desde o decreto que instaurou a retirada da concessionária no município até os dias atuais, já se passaram mais de três meses sem que nenhuma outra alternativa fosse apresentada pelos envolvidos: Executivo Municipal, Compesa e Cassi – empresa licitada para realização da obra. Enquanto isso, ruas continuam obstruídas por esgoto e os restos da construção da bacia trazem transtornos à população.
“A Cassi diz que não houve pagamento por parte da Prefeitura. A secretária do Gestor de Obras, Rogério Valença, diz que a responsabilidade é da Compesa. Já a Compesa diz não possuir contrato com a Cassi e não se responsabiliza, devido ao fim do contrato. Nós queremos que todos venham aqui ao bairro para nos passar a informação certa sobre o acontecido e tragam para nós uma solução Chamamos também atenção da Câmara. Não é justo, estamos vivendo ao ‘Deus dará’”, destacou.
O discurso é repetido por Luiz Eduardo, morador da Rua do Abacaxi. “A situação de abandono é a mesma de quatro anos atrás. As ruas todas têm muita lama. Nesta em que eu moro, é tanta lama que carro não passa. Quando chove, já chegaram a colocar botes para tirar as coisas de casa. A gente quer resposta, melhoria”, relatou.
Segundo Maria do Socorro Nunes, moradora da Rua do Caulim, há necessidade de regulação das vias. “Na Rua dos Minérios, a terra está juntando e formando uma lombada. Só que ninguém vê. Ontem um rapaz passou, caiu e acabou a moto, se ralou todo! (sic). Falei com o Secretário [de Infraestrutura] Ricardo Rocha e ele disse que não podia fazer nada”, alegou.
Longa data
Acusado de ter feito o pagamento, em sua gestão, da quantia de R$ 1 milhão a uma empresa por serviços não concluídos de saneamento básico na Bacia do bairro Dom Avelar, em Petrolina, o ex-prefeito e atual deputado estadual Odacy Amorim (PT) deu sua versão sobre os fatos em entrevista à Grande Rio FM, em 23 de agosto. Ele acusa a administração do prefeito Julio Lossio de ter perdido prazos, atrasando a conclusão da obra e criado fotos para prejudicá-lo.
“Deixei a segunda etapa do Dom Avelar para o prefeito Julio Lossio executar. No dia 28 de janeiro de 2009, ele deu a ordem de serviço. Em fevereiro ele deveria ter pedido aditivo de prazo do convênio e por um lapso qualquer, não pediu. O convênio venceu e o dinheiro teve de voltar a Brasília. No final do ano passado o Ministério das Cidades determinou que se a Prefeitura não retomasse o saneamento até o final do ano passado, o município perderia sim os recursos. A Prefeitura licitou novamente, já começou”, alegou.
Amorim alega não ter havido pagamento por serviços não realizados e lamenta o comportamento da equipe de governo de seu adversário. “Lamento a timidez… Essa suposta medição que empresa teria recebido sem estar concluída a obra, que eram canos que estavam não estavam enterrados e que depois soube que o serviço teria sido concluído, é apenas desculpa provocada. Primeiro disseram que era um milhão, depois R$ 600 mil, R$ 300 mil… A verdade é que até hoje não fui notificado por essa situação. A prefeitura deveria corrigir defeitos, assumir problemas de frente, em vez de procurar os defeitos dos outros governos que passaram”, destacou.
Fonte: Grande Rio FM
Blog do Banana